Debater a lei Kandir e as renúncias fiscais é uma das saídas para solucionar tirar o estado da crise financeira, evitando assim as privatizações. A afirmação foi do deputado Pepe Vargas, durante o primeiro pronunciamento nesta Legislatura, na sessão ordinária desta quarta-feira (6). Ele defendeu a construção da convergência dos diferentes partidos representados no Parlamento em torno destes temas. Para o parlamentar, o debate destes temas é fundamental para solução da crise financeira que enfrenta do Estado do Rio Grande do Sul.
Pepe observou que durante a sua manifestação ao Parlamento, o governador Eduardo Leite levantou propostas que não resolverão o problema das finanças públicas. “Primeiro que não são novidades. Já foram tentadas (as privatizações) e não resolveram. Buscar soluções apenas na visão neoliberal de cortes e gastos não resolverá. Até porque de modo geral, corta-se dos mais pequenos e não no que mais dispêndio trazem ao Rio grande do Sul porque os que ganham os salários mais altos têm formas de se proteger e continuarão recebendo altos salários”, argumentou.
O deputado recordou também que não foi por falta de ativos públicos que o governo não conseguiu resolver o problema fiscal. Em 1995, o governador Antonio Brito também iniciou o processo de privatizações e não resolveu. Da mesma forma, afirmou, a governadora Yeda Crusius também utilizou a mesma estratégia e não resolveu.
Sobre a manifestação do governador no dia anterior de que é preciso “ouvir o silêncio das ruas”, Pepe lembrou que uma pesquisa encomendada pela Zero Hora, no ano passado apontou que quase 60% dos entrevistados eram contrários às privatizações, apenas 20% eram a favor e 22% eram indiferentes ao tema. “Quem é que tem medo de fazer esse debate com a população. Vamos debater, abrir estes números e permitir que o povo se manifeste a partir do plebiscito. Essa é a visão moderna de democracia. Muitos países já exercitam a questão do plebiscito e referendo para decidir vários temas legislativos. É preciso exercitar mais apara que a população possa se manifestar e decidir sobre temas que o parlamento tem se debruçado”, sustentou.
Texto: Claiton Stumpf (MTB 9647)