Deputado é coordenador da Comissão de Representação Externa da Assembleia Legislativa para assuntos da estiagem e vem trabalhando pela pauta há mais de três meses. A reunião foi com a bancada do PT na Câmara
Depois de todas as faltas de resposta dos governos estadual e federal, a situação da agricultura gaúcha se agrava a cada dia, porque as perdas de produção com a estiagem são irreversíveis. Sensível à dor dos agricultores, o coordenador da Comissão de Representação Externa da Assembleia Legislativa que acompanha os efeitos da estiagem, deputado Edegar Pretto (PT), viajou novamente à Brasília nesta quarta-feira (09) para se reunir com o Núcleo Agrário Adão Pretto da bancada do PT na Câmara dos Deputados.
A ideia é que os parlamentares petistas se unam para fazer pressão no Executivo, que precisa levar uma solução urgente para a agricultura dos três estados do Sul e Mato Grosso, regiões castigadas pelas secas recorrentes. “O governo de Bolsonaro não reconheceu ainda o drama que o RS está vivendo. Nós queremos fazer com que as nossas bancadas, tanto estadual quanto federal, atuem de uma forma unitária. A minha proposição é que os quatro estados passem a atuar, daqui para a frente, de forma unida. Porque o descaso do Governo Federal é visível, então precisamos pressionar por uma solução o mais urgente possível.”
Em live direto de Brasília, Edegar Pretto falou das agendas do dia na capital federal e da decepção dos agricultores na abertura da Expodireto, que esperavam um anúncio de socorro emergencial para a agricultura e foram surpreendidos pela ausência do Governo Federal, que não mandou sequer um representante na abertura do maior evento da agricultura gaúcha. Falou também da necessidade de união para enfrentar os executivos estadual e federal.
“A nossa tarefa é fazer com que o parlamento atue de forma unida e organizada, independente de partido político, para representar o Rio Grande do Sul, perante o Governo Federal. O drama da estiagem já é conhecido: mais de 420 municípios em emergência, milhares de famílias sem água para as pessoas e para os animais, as perdas acumuladas até aqui são de bilhões, o impacto que pode chegar até 8% do PIB do estado. Mas infelizmente o governador do RS não chamou para ele ainda a responsabilidade. E é por isso que o parlamento, na liderança do presidente Valdeci Oliveira, tem tomado a frente dessa pauta já montada pelo conjunto dos movimentos sociais e entidades que representam os agricultores.”
A Comissão da Assembleia gaúcha foi sugerida por Pretto, ao presidente da Casa, depois de uma série de ações, junto com os movimentos do campo, para buscar soluções que possam amenizar os efeitos da seca para quem planta. “Precisamos de uma ajuda emergencial, muitos agricultores não poderão plantar novamente, pois além de não poderem honrar as suas dívidas com os bancos, falta recurso para as necessidades básicas das famílias”, exigiu.
Mais de 90 dias buscando soluções para a estiagem
Nos últimos meses, Edegar Pretto tem dedicado boa parte da agenda para se somar aos movimentos do campo e lutar por soluções que amenizem os efeitos da estiagem. Ele já visitou propriedades atingidas pela seca e participou de diversas ações dos agricultores, culminando com a sugestão da primeira missão a Brasília, em 15 de fevereiro, e com a criação da Comissão de Representação Externa, ao presidente da assembleia.
Na mesma direção, a bancada do PT na Assembleia Legislativa protocolou projeto de lei de crédito emergencial para a agricultura. O PL já tem parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça e aguarda parecer da Comissão de Agricultura para ser votado em plenário.
Pretto defende políticas permanentes para a estiagem, e alerta novamente que os movimentos do campo estão pedindo socorro há meses, e que a estiagem ainda não foi olhada como uma questão recorrente. Segundo ele, ano após ano o Governo do Estado só toma alguma atitude depois que a situação já se agravou.
Além de coordenar a comissão, Pretto também é coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Crédito Emergencial para a Agricultura Familiar e presidente da Comissão de Segurança e Serviços Públicos.
Texto: Leandro Molina (MTE 14614)