As ameaças feitas aos deputados Jeferson Fernandes (PT) e Juliana Brizola (PDT) desde o início da semana foram abordadas na sessão desta terça-feira (22) na Assembleia Legislativa. Diante da gravidade dos fatos, o presidente do Parlamento gaúcho, deputado Valdeci Oliveira acionou a Polícia Legislativa e a Superintendência Geral da Casa e solicitou ao vice-governador e secretário de Segurança Pública, delegado Ranolfo Vieira Júnior, que o caso seja investigado.
Nas mensagens enviadas por e-mail aos parlamentares, um suposto servidor público afirma que os Técnicos Superiores Penitenciários (TSPS) e Agentes Penitenciários Administrativos (APAS) não podem ser considerados Polícia Penal e que apenas os agentes penitenciários devem ser enquadrados nesta categoria. “Lembre-se disso quando for votar. Afinal sei onde mora e onde sua filha estuda”, ameaça.
Segundo o presidente, as duas ameaças, denunciadas pelos dois parlamentares por meio de Boletins de Ocorrência, são extremamente graves e o autor não pode ficar impune. Ao mesmo tempo, disse Valdeci, se os parlamentares precisarem de qualquer tipo de apoio, inclusive segurança, poderão contar com a Assembleia Legislativa. “Não vamos aceitar que estes criminosos venham tentar diminuir o espaço parlamentar de quem quer que seja”, frisou.
O deputado Jeferson Fernandes afirmou que, assim como aconteceu com a deputada Juliana, ele recebeu uma ameaça em que a sua família é citada. “No meu caso, falam da minha filha. Não é a pessoa da deputada Juliana ou o deputado Jeferson. Essa Casa está sendo ameaçada. E se é um agente penitenciário como ele diz ser, ele está do lado errado da cela”, afirmou defendendo que seja dada prioridade a esta investigação, pois é um crime via internet que pode ser rastreado e seu autor responsabilizado. “Essa pessoa não representa a maioria dos servidores. Não vamos abrir mão de incluir todos os TSPS e APAS no projeto da Polícia Penal”, acrescentou.
A deputada Juliana Brizola também disse ter vivido momentos de muita apreensão desde o recebimento da ameaça a ela e à sua família. “Minha família tem hábitos simples. Moramos praticamente ao lado da escola. Meu filho vai muitas vezes a pé para a escola e isso teve de ser interrompido. Tudo isso por um pedido de vistas que fizemos a um projeto que trata da Polícia Penal”, disse, justificando que o pedido foi feito para estudar melhor o projeto e ouvir as partes. “Acho importante que seja registrada é que essa pessoa que ameaça sabe que o deputado (Jeferson) é pai de uma menina e eu sou mãe de um menino. Não podemos trabalhar na iminência de estarmos sendo ameaçados. É uma prerrogativa dos parlamentares”, assinalou.
Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)