A deputada estadual Sofia Cavedon cobrou do Governo Leite em reunião nesta terça, 11, a conclusão da reforma e a volta da comunidade escolar ao prédio histórico do Instituto de Educação
Junto ao movimento em defesa do Instituto de Educação General Flores da Cunha (IE), que realizou a entrega de um abaixo-assinado em defesa da tradicional escola estadual de Porto Alegre à secretária de estado da Educação Raquel Teixeira, Sofia Cavedon interveio junto ao governo Eduardo Leite (PSDB) para que conclua a obra do restauro e retome as aulas na sede histórica. Também estiveram presentes na reunião Cecília Farias (Sinpro), Maria da Graça Ghiggi Morales (Comissão de Restauro do IE), Alessandra Lemes da Rosa (diretora), Heloísa Rabeno (vice-diretora) e Amarildo Cenci (CUT), professor e membro da comunidade escolar.
Os estudantes do IE estão desde 2016 longe da estrutura da sede e a obra, com previsão para ser concluída em 18 meses, está há mais de dois anos completamente parada. O abaixo assinado destaca as dificuldades enfrentadas por estudantes, professores e servidores, que instalaram-se temporariamente em três locais distintos da cidade e agora temem pelo futuro do IE após o governo gaúcho anunciar novos projetos para o local.
“A representação da comunidade escolar deixou claro que o Instituto quer ser uma escola inteira do futuro. É assim que essa obra tão importante foi licitada, e assim queremos que ela seja concluída. A ideia de um Museu do Amanhã ocupando o espaço seria um corpo estranho, apartado da caminhada da escola. Se a Secretaria de Educação quer aportar tecnologia, que seja no projeto da escola, concluindo a obra e respeitando alunos, alunas e toda comunidade escolar”, afirmou Sofia ao final do encontro. Segundo ela, o movimento em defesa do IE já vem há mais de dois anos atuando junto à Comissão de Educação da Assembleia Legislativa (AL-RS) e a aposta agora é que o governo gaúcho entenda que a comunidade escolar é contrária a nova proposta de uso da escola.
Entenda o fato:
O processo de restauração do prédio da escola corre desde 2011, com a mobilização da comunidade escolar, diante da precariedade das instalações físicas e pela preservação do prédio histórico. Em 2012 ocorreu a formação de uma Comissão para elaborar as diretrizes que definiram a contratação, através de licitação de empresa para execução do Projeto de Restauração Integral do Instituto de Educação, destinado à função escolar. Em 2016, com o início das obras, a comunidade escolar saiu de seu espaço no intuito de possibilitar a restauração com um prazo de 18 meses para retorno. Para que se tenha uma ideia, neste período, 2 mil matrículas deixaram de ser ofertadas pelo Instituto, que possui os seguintes níveis de ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Ensino de Jovens e Adultos – EJA, Curso Normal e Curso Normal Aproveitamento de Estudos.
O governador Eduardo Leite anunciou, em outubro de 2021, a intenção de investir no IE R$ 34,9 milhões, com o objetivo de criar um “Centro de Desenvolvimento de Profissionais da Educação mediado por Tecnologias”, e mais R$ 25 milhões para a implantação de um “Museu Escola do Amanhã”, em parceria com o IDG (instituição privada que administra o Museu do Amanhã no RJ).
A comunidade escolar, permanecendo sem respostas quanto à retomada da obra e tocada pelo desmonte de seu projeto aguardado há vários anos, ampliou então as suas ações, buscando participação mais efetiva da sociedade à causa do Instituto de Educação e fez surgir o Movimento em Defesa do Instituto de Educação, com a participação de diversas entidades – CUT, CPERS, UBES, FACED-UFRGS, conselhos tutelares, deputados e vereadores, além de membros da comunidade em geral. O abaixo-assinado deve ser entregue ao governo Leite ainda nesta semana.
Texto: Clarrisa Pont