domingo, 24 novembro

Deputado diz que os principais desafios da vitivinicultura gaúcha passam pela superação das dificuldades na produção e comercialização de vinhos e sucos

Em roteiro de trabalho na Serra Gaúcha, o pré-candidato do PT ao governo do Estado, deputado Edegar Pretto, esteve em cooperativas vinícolas de Farroupilha e Nova Roma do Sul. Em Farroupilha foi recebido na Vinícola São João, na Vila Jansen, pelo diretor de vendas Cláudio Selli.

Pretto, que esteve acompanhado do deputado estadual Pepe Vargas (PT), visitou as instalações da cooperativa e o setor de envasamento de espumantes. Ouviu do diretor a história da São João, que é uma cooperativa composta por 480 famílias associadas. Selli disse que Farroupilha hoje é considerada a capital nacional do Moscatel, e que cerca de 60% dos sucos e vinhos da vinícola são vendidos no Rio Grande do Sul. O restante vai para outros estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e estados do Nordeste. “Para mensurar a importância do setor da uva e do vinho da Serra Gaúcha, somos maiores que os setores de metalurgia e comércio”, comemora.

Para Edegar Pretto, o poder público precisa ampliar o diálogo com as cooperativas e seus associados, e aperfeiçoar políticas públicas que tratem de tributação, acesso ao crédito, assistência técnica e extensão rural, garantia de preços e escoamento da produção, que hoje é um dos gargalos da Serra diante de problemas de infraestrutura da região. O deputado destacou que a Serra Gaúcha tem um potencial de competitividade, pois é uma referência na formação de arranjos produtivos da uva, suco e vinho. “A produção de uva é essencialmente baseada na agricultura familiar, e tornou-se uma das fontes do crescimento econômico regional, não só pela renda direta para as famílias, mas também porque possibilita outras atividades que ampliam a geração de emprego e renda, como o turismo”, observa.

Em Nova Roma do Sul, Pretto foi recebido na prefeitura pelo prefeito Douglas Favero (PP) e pelo vice-prefeito Roberto Panazzolo (PT). Após, esteve nas Vinícolas Muthiel e D’Klóss, de propriedade das famílias Comin e Kloss. O vereador do município e integrante da família, José Comin (PT), recebeu o deputado e conversou sobre os vinhedos e a produção.

As principais reivindicações dos proprietários das vinícolas dizem respeito à política do governo para incentivo à produção de uva, suco e vinho, que é uma importante fonte de renda na maioria das regiões produtoras de uvas, principalmente onde predominam as pequenas propriedades da agricultura familiar, que na Serra Gaúcha representa 70% dos produtores. Comin diz que o cenário econômico está difícil para quem produz a matéria-prima, com alta no preço dos insumos. Ele lamenta que os governos estadual e federal tenham abandonado a agricultura familiar. “Se percebe incentivos aos grandes produtores, de soja e milho. Mas não há preocupação com os pequenos. É um momento muito crítico da agricultura familiar, e isso precisa mudar”, pontua.

O deputado Edegar Pretto defendeu soluções que fortaleçam a cadeia produtiva da uva, como forma de transpor as dificuldades na produção e comercialização de vinhos e sucos, que são os principais desafios da vitivinicultura gaúcha. “A produção das pequenas propriedades rurais é fundamental para o Rio Grande do Sul, seja na produção ou na geração de trabalho e renda na localidade. O mesmo vale para as micro, pequenas e médias empresas. Os governos precisam se preocupar e priorizar políticas públicas para os pequenos, que são parte importante da força econômica dessa região”, avalia.

A uva é considerada uma das grandes culturas do RS. Atualmente, o estado é o maior produtor do país. Mais de 20 mil famílias de agricultores familiares produzem uva no Brasil. Destes, 90% estão localizados na Serra Gaúcha, conforme o IBGE.

Acompanharam o deputado na visita às vinícolas, a coordenadora regional do PT, Marlene Marsango; e a presidente do PT de Caxias do Sul, Joceli Veadrigo (Piccola).

Texto: Leandro Molina (MTE 14614)

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