Subcomissão do salário-mínimo regional esteve em Santa Catarina e reuniu com representantes de trabalhadores e empresários
Fotos: Raquel Wunsch
O deputado Luiz Fernando Mainardi, relator da Subcomissão para tratar do piso regional do Rio Grande do Sul, esteve reunido com representantes de trabalhadores e empresários do estado de Santa Catarina na tarde desta quarta-feira (8). Na pauta o modelo de definição dos valores do seu piso regional.
Santa Catarina instituiu o seu piso em 2009, passando a vigorar em janeiro de 2010, sendo o único que prevê mesa de negociação entre trabalhadores e empresários e onde o governo só entra depois do reajuste definido, para formular o Projeto de Lei e encaminhar para aprovação legislativa.
Mainardi afirmou que no RS o Piso Salarial Estadual recebeu seu último ajuste há dois anos e pediu, “viemos aqui para ouvir vocês e aprender com a experiência de vocês. Queremos entender como se dá a construção de parâmetros para chegar a um acordo?”. O coordenador técnico do Dieese-SC, José Álvaro Cardoso, disse ser um processo de correlação de forças e está longe de ser o ideal, além de ser muito menor do que o salário-mínimo necessário calculado pelo Dieese. “Nós não nos iludimos, sabemos que os valores do piso salarial estadual servem para repor a capacidade do trabalhador de comprar comida”, afirmou.
A Gerente Executiva de Relações do Trabalho da FIESC, Maria Antônia Amboni, recordou que apesar de as visões de cada grupo serem distintas, sempre se buscou um meio termo. “Mediamos a visão deles e a nossa, dos empresários, a gente avalia e tenta chegar a um número justo. Não é fácil, mas existe esforço e respeito dos dois lados”.
O Coordenador sindical do Dieese-SC, Ivo Castanheira, lembrou que o piso regional catarinense não impacta somente no ganho dos milhares de trabalhadores das categorias que recebem salários mais baixos. “O piso salarial estadual se tornou uma referência nas negociações das categorias que possuem acordos próprios e ele é respeitado em todo o estado, a cada janeiro, quando estamos encaminhando ou fechando as negociações, é grande a demanda dos escritórios de contabilidade e empresas que querem saber o valor do reajuste naquele ano, para aplicá-lo” disse.
Para Mainardi a fórmula de Santa Catarina é simples, “eles se sentam em uma mesa, conversam, dialogam, cedem, fecham um acordo e o governo do Estado acata a decisão. É simples, não tem a soberba dos líderes empresariais do nosso Estado, com humildade podemos fazer as pessoas mais felizes”.
A viagem continua nesta quinta-feira (9) em Curitiba, onde Mainardi participa de reunião do Conselho Estadual do Trabalho, Emprego e Renda do Paraná visando conhecer os mecanismos de definição dos valores do piso regional do PR. O encontro ocorre no Palácio das Araucárias, às 14h.
Presenças:
Estiveram presentes na agenda Maria Antônia Amboni, Gerente Executiva de Relações do Trabalho da FIESC; Ivo Castanheira, coordenador sindical do DIEESE SC; Maria Helena Oliveira, Presidente do Conselho Estadual de emprego e renda do RS; Mateus Graoske, presidente da CTB SC; Moacir, presidente da Federação das Gráficas de SC; Isaías Otaviano, presidente da Nova Central Sindical SC; José Álvaro Cardoso, técnico do DIEESE SC; Carlos Magno, UGT SC; Anna Júlia, presidenta da CUT de SC; Leonardo Santana, FIESC.
Texto: Raquel Wunsch (MTE 12867)