O cenário da saúde na Região Metropolitana de Porto Alegre precisa de uma resposta urgente do Governo do Estado. É inadmissível que hospitais percam até 87% de repasses financeiros do Programa Assistir, por uma mudança definida sem nenhum critério ou debate com as comunidades impactadas. Existe uma demanda represada nos atendimentos eletivos, agravada pela pandemia, e nos deparamos com essa proposta inconsequente.
O governo usa a lógica do cobertor curto para realocar recursos. De 218 hospitais, 56 terão redução de repasses. Todos os hospitais precisam de investimentos, o problema é cortar mais de R$ 193 milhões de instituições de saúde da Região Metropolitana, justamente a que tem a maior densidade de pessoas, 40% da população do estado.
Tenho sido porta-voz de prefeitos da região, levei o debate para a Assembleia Legislativa, e junto com diversas bancadas estamos pressionando o Piratini para que apresente uma solução. Como resultado, o governo prorrogou por dois meses a entrada em vigor da nova regra, mas isso não resolve.
Entre os atingidos, além do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, temos outros no eixo da BR-116. O Universitário e o Pronto Socorro de Canoas, o São Camilo em Esteio, o Getúlio Vargas em Sapucaia, o Centenário de São Leopoldo e o Municipal de Novo Hamburgo.
O que exigimos é que o governo aumente os investimentos em saúde. Inclusive a bancada do PT na Assembleia apresentou emenda de R$ 315 milhões para o Assistir, mas a proposta foi rejeitada pelo governo Leite. Vale lembrar que no governo Tarso Genro, pela primeira vez o Estado conseguiu destinar os 12% do orçamento para a saúde, como determina a Constituição.
Reforçamos a voz da população: governador, não deixe os hospitais fecharem as portas.
Texto: Leandro Molina