Os produtos oriundos da agricultura familiar e da Reforma Agrária estarão disponíveis todas as quartas-feiras, das 10h30 às 17h30
Depois de 20 meses suspensa por causa da pandemia, a Feira Agroecológica da Assembleia Legislativa reabriu nesta quarta-feira (03), no estacionamento do prédio Anexo do Palácio Farroupilha, na Rua Duque de Caxias, 920. Edegar Pretto (PT) foi o deputado que inaugurou a feira em 2017, quando era presidente do parlamento gaúcho. “Eu estou muito feliz, pois este é um momento de matar a saudade e de comemoração da vida. O que estamos fazendo aqui tem tudo a ver com uma vida saudável, levando para a mesa das pessoas alimentação com produtos orgânicos desses agricultores familiares e assentados. São famílias de várias entidades que se organizam para estarem aqui”, ressaltou.
Edegar lembrou ainda da campanha “Antes de abrir a boca, abra a sua cabeça”, lançada antes do início da feira e que deu origem a um seminário internacional, juntamente com a UFRGS, que tratou da importância da política agroecológica na América Latina e Caribe. “A mesa diretora da Assembleia nos deu a possibilidade de fazermos uma experiência com a feira. Essa experiência foi bem sucedida e nós aprovamos uma resolução que permitiu formalmente a estada da feira aqui na Assembleia Legislativa”, explicou.
“A nossa expectativa, depois desses 20 meses afastados, quando muitos ficaram totalmente parados sem poder escoar os alimentos, é uma nova oportunidade para essas famílias. Tem algumas que realizam somente uma feira, então este espaço aqui significa a subsistência delas. E este é um benefício para a comunidade em geral, porque depois dessa pandemia, as pessoas estão ainda mais preocupadas com a saúde e a qualidade de vida. Esses alimentos saudáveis ajudam na imunidade, pois a natureza é que nos traz as curas”, afirmou Maria Salete Korpalski, integrante da associação dos Produtores da Rede Agroecológica Metropolitana (RAMA), salientando a dificuldade econômica enfrentada durante o tempo em que a feira não estava funcionando. “Muitos pequenos agricultores precisaram pedir ajuda aos familiares para sobreviver”, completou.
O presidente da Assembleia, deputado Gabriel Souza (MDB), saudou a todos os produtores e lamentou o fato de não poder fazer essa reabertura antes. “Ficamos felizes de estarmos aqui num ambiente apropriado para os feirantes e com bastante acesso aos moradores do Centro Histórico. É do nosso interesse que vocês estejam muito à vontade aqui para poder vender esses produtos de alta qualidade nutricional. A vida finalmente começa a voltar ao normal, com todos os cuidados, porque a pandemia ainda não acabou. Mas certamente a volta de uma atividade como essa é muito simbólica e relevante para a sociedade”, salientou.
A feira funcionará todas às quartas-feiras, das 10h30 às 17h30. Estão à venda produtos in natura como legumes, frutas, verduras, Plantas Alimentícias Não Convencionais, pães, entre outros, além dos processados como geleias, sucos e arroz. As nove bancas de produtos expostos representam aproximadamente 300 famílias, que fazem parte de quatro Organizações de Certificação Participativa da Produção Agroecológica do RS (OPAC), certificadas pelo Ministério da Agricultura. São cerca de 10 grupos familiares de associações e cooperativas e cada grupo envolve dezenas de famílias da Zona Rural de Porto Alegre, Região Metropolitana.
Fazem parte da feira a RAMA, a Cooperativa Central dos Assentamentos do RS (Coceargs), a Rede Ecovida e Opac Litoral Norte (Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade). Além das quatro organizações que estão na feira desde 2017, agora tem mais uma família individual de produção agroecológica de Cerro Grande do Sul. A retomada também marcou o aniversário de quatro anos da feira, que foi inaugurada em 04 de outubro de 2017.
Também participaram do evento o presidente da Comissão da Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da AL, deputado Adolfo Brito (PP); o presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do RS (Consea), Juliano Ferreira de Sá, entre outras lideranças políticas e comunitárias.
Texto: Leandro Molina (MTE 14614)