Motivado pelo fechamento de seis coordenadorias regionais da Procergs no interior do estado – Santa Maria, Passo Fundo, Alegrete, Santo Ângelo, Caxias do Sul e Pelotas -, e o significado que isso tem para o desenvolvimento regional nos mais diferentes aspectos, o deputado Valdeci Oliveira (PT) registrou nesta terça-feira, 22, seu protesto e uma dura crítica à ação do governo estadual que coloca em risco todo o controle de informações efetuado pelo estado. A manifestação de Valdeci ocorreu durante a reunião ordinária da Comissão de Assuntos Municipais (CAM) da Assembleia Legislativa e contou com o apoio de outros parlamentares titulares, como o presidente do colegiado, deputado Eduardo Loureiro (PDT) e Capitão Macedo (PSL). Para Valdeci, que também é vice-presidente da CAM, bastou a aprovação da PEC 280, em 1/6, que retirou o direito da população em se posicionar sobre privatizações de empresas estatais, para o desmonte do serviço público começar a todo o vapor.
“Na última sexta-feira, de forma abrupta e autoritária e sem nenhum tipo de comunicado prévio, nem mesmo aos servidores, a presidência da Procergs anunciou o encerramento das atividades dessas coordenadorias, que trabalham com informações relevantes e importantes para o desenvolvimento do RS, para auxílio na criação de políticas públicas em áreas sensíveis como a saúde, educação, segurança pública, agricultura, entre outras. São dados absolutamente importantes, se trata de um conjunto de informações estratégicas que querem agora entregar para a iniciativa privada”, avaliou o deputado.
Segundo Valdeci, a única coisa que foi dita aos 50 servidores dessas seis unidades é que eles terão de se mudar para Porto Alegre. Ou aceitam as transferências ou serão demitidos, forçados a aderirem a um PDV (Programa de Demissão Voluntária). “Espero que na semana que vem, na próxima reunião desta Comissão, a presidência da Procergs nos diga algo a respeito. Todas essas regiões do estado têm enormes serviços prestados a partir da Procergs. Como ficarão os dados que estão armazenados nessas Regionais?”, indagou Valdeci, acrescentando que desde o início da semana a empresa contratou serviços de segurança privada, cujos profissionais ficam postados em frente às unidades. “Quando se trata de empresa ou órgãos públicos estratégicos, o mínimo que se espera do governo é uma explicação”, avaliou Loureiro. “É lamentável o efeito dominó de deixarem estado sem função, sem propriedade e jogado ao abandono”, classificou Macedo.