sábado, 23 novembro

O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), informou da tribuna da Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira (10), que a bancada vai entrar com uma nova ação na Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar um possível vazamento de informação que permitiu ao ex-assessor do deputado estadual e atual senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Fabrício Queiroz, não ser preso durante a Operação Furna da Onça, da Lava Jato no Rio de Janeiro, que aconteceu no dia 8 de novembro. Durante a operação foram presos 10 deputados estaduais e várias outras pessoas acusadas de envolvimento em um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos públicos, além de mão de obra terceirizada no Governo do Estado do Rio de Janeiro.

O ex-assessor, acusado de movimentar R$ 1,2 milhão em apenas um ano, e de destinar um cheque de R$ 24 mil à futura primeira-dama Michele Bolsonaro, pediu demissão do gabinete do filho de Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro no dia 15 de outubro. Um dia depois, no dia 16 de outubro, o Ministério Público Federal solicitou ao juiz do caso, Marcelo Bretas, a deflagração da operação e a autorização para as prisões e os mandados de busca e apreensão.

O líder do PT questionou ainda o fato de a filha de Fabrício Queiroz, Nathalia Melo de Queiroz, ter pedido demissão na mesma data. Inicialmente funcionária de Flávio Bolsonaro na Alerj, na época ela já havia se transferido para o gabinete de Jair Bolsonaro, na Câmara dos Deputados.

“No dia 16 de outubro, o Ministério Público Federal solicitou ao Juiz Bretas os mandados de busca, as prisões e tudo mais. É evidente que eles receberam uma informação privilegiada. Lembrem os senhores que nós estamos tratando de um fato que aconteceu uma semana depois do primeiro turno, quando já havia um forte indício de que Jair Bolsonaro poderia ganhar a eleição. O Ministério Público Federal solicita ao Dr. Bretas uma série de ações contra deputados e funcionários da Assembleia Legislativa. E contra o ex-assessor nada? E contra a funcionária que trabalhava na Câmara dos Deputados nada?”, indagou Pimenta.

O líder da Bancada do PT exigiu ainda que a Procuradoria-Geral da República instaure imediatamente uma investigação ampla sobre o escândalo. “A Dra. Raquel Dodge pode tomar uma medida imediata, solicitar a quebra do sigilo bancário do Fabrício Queiroz, do Flávio Bolsonaro, da Michelle Bolsonaro, das duas filhas e também a quebra do sigilo telefônico, telemático. Afinal de contas, nós precisamos saber quem avisou, para que eles pudessem pedir demissão no dia 15”, ressaltou o petista.

Além de o Ministério Público Federal, Paulo Pimenta cobrou uma declaração mais incisiva do futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro. Segundo o petista, Moro deveria cobrar uma investigação mais rigorosa do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

“Eu acho que o povo brasileiro tem o direito e a família Bolsonaro tem a obrigação de tirar qualquer dúvida. E isso é fácil. Em primeiro lugar, solicite ao COAF que analise não só um ano dessa conta, mas três anos, para que nós possamos ver, além desse 1,2 milhão de reais, quanto mais entrou na conta”, disse o líder do PT ao se referir aos valores movimentados pelo ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

Sigilo bancário – Além de cobrar uma ação enérgica do Ministério Público Federal e do COAF, Paulo Pimenta destacou ainda que o próprio futuro presidente poderia abrir mão do sigilo de suas contas, da mesma forma como de sua família. “Presidente eleito Jair Bolsonaro, tenha coragem e determine imediatamente a abertura das contas do senhor, da sua esposa, dos seus filhos! Peça aos seus assessores que abram as contas para que o Brasil conheça o subterrâneo dessa relação criminosa, desse dinheiro sem origem que alimentou política, ao que tudo indica, e pessoalmente a sua família por tanto tempo! ”, cobrou.

 

Fonte: PT na Câmara

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