O presidente da Frente Parlamentar Brasil/China no RS, deputado estadual Jeferson Fernandes (PT) vai contatar a Embaixada chinesa no Brasil para construir uma agenda com o embaixador Yang Wanming; o secretário de Desenvolvimento Econômico do RS, Edson Brum e empresários gaúchos do ramo de exportações. O encontro foi solicitado pelo secretário ao parlamentar para formalmente colocar o “RS à disposição da China”. “Quero visitar a Embaixada, mostrar as leis de incentivo aos negócios que estão vigentes no RS, ver que tipo de produtos o estado pode fornecer àquele país.”, assinalou o secretário, reforçando que não tem nenhum tipo de preconceito no que tange à relação comercial do RS com o país asiático.
O aceno positivo de Brum à aproximação do estado com a China ocorreu na manhã desta sexta-feira (11), durante reunião com a Frente Parlamentar Brasil China, na qual foi apresentada ao secretário a proposta de instalação de um Escritório de Representação Comercial do RS naquele país, como forma de mostrar que o estreitamento de relação entre o RS e a China tem aval institucional. “Esta é uma tecla que viemos tocando repetidamente porque a China tem por premissa priorizar negócios com empreendedores e empresários que tem a chancela do estado, dos municípios, etc. E no RS ainda não conseguimos que o Estado avalize formalmente esta aproximação, embora tenhamos nos reunido várias vezes com entes públicos neste sentido. São Paulo, que já entendeu esta dinâmica e está presente na China, acaba passando a nossa frente”, explicou Jeferson, lembrando escritório de SP instalado em solo chinês.
Jorge Burmann, da Burmann Alimentos, destacou que os chineses observam os empresários brasileiros com certa resistência. “Teríamos então de mostrar o nosso trabalho. As relações com a China por parte do governo central estão beligerantes. Então, colocarmos a bandeira do RS em território chinês seria um gesto importante”, reforçou. O empresário sugeriu como alternativa, via solicitação à Embaixada Chinesa no Brasil, a utilização de espaço dentro da Federação das Indústrias Chinesa.
Neste sentido, Umberto Maciel, representante da Agrom, empresa focada em importações e exportações, com escritórios em Xangai e trânsito em diversas províncias chinesas, lembrou que a China ainda precisa saber que o Brasil vai além de São Paulo. “A gente tem de mostrar que a imagem que o governo federal transmite sobre a China não reflete a nossa posição”, assinalou, colocando-se à disposição da Frente Parlamentar e da Secretaria de Desenvolvimento para fornecer contatos no país asiático com vistas à instalação do escritório gaúcho.
Por fim, Brum confidenciou que a implementação de um escritório do RS na China pode ser inviável em função dos custos, mas sugeriu a alternativa adotada pelo estado do Mato Grosso. “Eles (MT) têm um adido dentro do escritório da Apex na China. Esta pode ser uma boa ideia, se não conseguirmos o ideal, que seria o escritório próprio”, disse o secretário, que arrematou: “O RS é mais do que soja, é polo de indústria de games, setor moveleiro, produção de vinhos, madeira, etc. Temos de colocar tudo isso na vitrine. Estou à disposição para intermediar qualquer tipo de ação que possa gerar emprego e renda para o povo gaúcho”.
Texto: Andréa Farias (MTE 10967)