Deputados do PT reafirmam defesa ao recurso contra votação irregular em primeiro turno da PEC 280

Deputados do PT reafirmam defesa ao recurso contra votação irregular em primeiro turno da PEC 280
Reprodução TV AL

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa debateu, nesta terça-feira (18), o recurso das bancadas do PT, PDT e PSOL sobre a votação em primeiro turno da PEC 280/2019, na Sessão Plenária no dia 27 de abril. A PEC trata da retirada da necessidade de plebiscito para a venda da Corsan, Banrisul e Procergs. O recurso deve voltar à pauta da CCJ na próxima semana, pois a deputada Juliana Brizola apresentou pedido de vistas, concedido pela presidência da comissão.

Na ocasião surgiu a dúvida de votos computados de forma confusa. Sendo assim, o resultado e a forma da computação dos votos se tornaram pauta na Comissão. O deputado Pepe Vargas, que questionou o prazo para tramitação, disse que com a sessão desta terça-feira (18) completaria o prazo de três sessões plenárias. “Penso que dada a relevância, seria prudente que a presidência fizesse uma solicitação à procuradoria da Casa. Se hoje encerra-se a tramitação, faremos os devidos recursos, mas entendemos que seria prudente que fosse feita a consulta à Procuradoria da Casa”. O presidente da comissão, deputado Thiago Simon, também disse entender que o prazo fosse contado a partir do registro na comissão e não sobre as sessões plenárias.

Pepe questionou como é que se explica a duplicidade de votos. “Um parlamentar votou primeiramente oralmente e depois no painel. Depreende-se que ou o deputado votou ou alguém registrou para o deputado, mas em que base regimental alguém registrou? Gostaria que este esclarecimento fosse feito”, reivindicou, lembrando que o relatório não faz referência a isso e é uma questão fundamental.

O deputado Jeferson Fernandes argumentou que o que está sendo discutido pode macular a imagem do Parlamento, visto que a votação do dia 27 de abril é um precedente ruim. “Esse atropelo se deve à pressão do governo para que votassem e aprovassem a PEC. O relator deixa em aberto o que aconteceu em relação aos votos dos deputados Dirceu Franciscon (PTB) e Neri O Carteiro (Solidariedade). Ainda assim é natural que existam dúvidas. Até que momento pode o presidente decidir sobre as votações?”, questionou, justificando que ninguém está falando no mérito da PEC, mas do processo. “E o voto do deputado Neri foi computado antes ou depois de proclamado o resultado? São dúvidas que precisam ser esclarecidas. Pelo que consta das imagens, na hora do voto de Neri O Carteiro, ele não tinha conexão. Da mesma forma, o voto de Dirceu Franciscon deve ser computado como foi registrado no painel”, sustentou.

Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)