A CUT-RS, federações e sindicatos enviaram um ofício nesta terça-feira (11) ao governador Eduardo Leite (PSDB), propondo a abertura de diálogo com o movimento sindical sobre o “novo sistema de distanciamento do RS – proposta para discussão com a sociedade”, que traz um conjunto de diretrizes para enfrentamento da pandemia.
“Reivindicamos que as entidades representativas dos trabalhadores e trabalhadoras (Centrais Sindicais e Sindicatos) sejam estimuladas a conhecer as propostas e apresentar suas sugestões”, afirma a carta.
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, ressalta a importância de que o governador não terceirize a sua responsabilidade. “Reforçamos que o governo do Estado do Rio Grande do Sul, em nenhuma hipótese, renuncie ao dever de garantir uma gestão estadual da pandemia de maneira consistente. Transferir a responsabilidade para os entes municipais é entregá-los de bandeja para que sejam reféns de interesses particulares e localizados”, ressalta.
Para o dirigente sindical, “é fundamental a ampliação da testagem, a busca ativa, a vacinação em massa da população e o auxílio emergencial de R$ 600 para enfrentar a pandemia, que já causou quase 26 mil mortes e mais de 1 milhão de infectados no Estado”.
O novo sistema está sendo proposto pelo governo tucano, após ter anunciado o fim das bandeiras. Segundo o médico epidemiologista e ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, “o modelo de distanciamento gaúcho, que foi referência no país até outubro, perdeu sua credibilidade e acabou sendo politizado. E os números pioraram muito desde então”.
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Leia a íntegra do texto!
Excelentíssimo Governador,
Tomamos conhecimento do documento NOVO SISTEMA DE DISTANCIAMENTO DO RS – PROPOSTA PARA DISCUSSÃO COM A SOCIEDADE – contendo um conjunto de diretrizes para enfrentamento da pandemia. Como o próprio título revela a intenção do governo de submetê-lo ao crivo da sociedade, torcemos que seja a sociedade organizada em suas instituições representativas. Em sendo, reivindicamos que as entidades representativas dos trabalhadores e trabalhadoras (Centrais Sindicais e Sindicatos) sejam estimuladas a conhecer as propostas e apresentar suas sugestões.
De antemão, reforçamos que o governo do estado do Rio Grande do Sul, em nenhuma hipótese, renuncie ao dever de garantir uma gestão estadual da pandemia de maneira consistente. Transferir a responsabilidade para os entes municipais é entregá-los de bandeja para que sejam reféns de interesses particulares e localizados.
Além das medidas apontadas no documento já citado, gostaríamos de ter a oportunidade de complementar com propostas que convergem na direção da
ampliação da testagem, busca ativa, ampliação da cobertura vacinal, exigência de planos de contingenciamentos setoriais com anuência dos sindicatos, entre outras.
A construção democrática de uma proposta de enfrentamento da pandemia baseada na opinião de cientistas da área e de experiencias exitosas internacionalmente pode efetivamente fazer a diferença. Sabemos da urgência de adotarmos novas medidas principalmente quando os sinais apontam para um cenário de persistência do contágio e dos obtidos em patamares assustadores. Porém, solicitamos mais prazo e abertura para acolher nossas propostas.
Confiantes que seremos atendidos neste pleito, nos despedimos.
Porto Alegre, 11 de maio de 2021.
CUT/RS, Sindicatos e Federações Filiados
Fonte: CUT-RS