Por iniciativa do deputado estadual Valdeci Oliveira, o Secretário de Estado da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, será convidado a comparecer à Comissão de Assuntos Municipais (CAM) da Assembleia Legislativa para prestar esclarecimentos sobre questões referentes ao contrato de concessão da RSC-287 e apresentar o cronograma das obras de duplicação previstas e de reconstrução anunciadas para a rodovia, passado mais de um ano após a enchente de 2024. A formalização do convite se deu nesta terça-feira (10), com a leitura do conhecimento de matérias da alçada da Comissão aos demais deputados pelo presidente do colegiado.
“Temos falado muito sobre a 287 neste colegiado, criamos, inclusive, um Comitê Permanente de Acompanhamento das Obras. Mas nos dois encontros já realizados pelo grupo, em nenhum houve comparecimento do Estado. E como não há esta participação, fica difícil, inclusive, de darmos retornos para a sociedade sobre o que de fato está acontecendo”, explicou Valdeci em sua justificativa para o convite do secretário.
Na última terça-feira (3), na reunião que contou com a presença de prefeitos e vereadores de municípios localizados ao longo da rodovia, Conselho de Usuários, da Sacyr (empresa concessionária) e da Agergs, em que foram discutidos pontos como criação de mais um frente de trabalho (a partir de Santa Maria) e projetos de obras emergenciais, como a da ponte sobre o Arroio Grande, destruída pelas chuvas de um ano atrás, entre outras questões, novamente o governo se fez ausente. “Por conta disso, na reunião passada, foi defendido o envio de convocação. Ponderei pelo convite, para que o secretário venha, nos avise com antecedência para que possamos fazer uma boa reunião de trabalho, transparente. Isso é importante tanto para o andamento dos mandatos parlamentares como também para o processo democrático no Legislativo gaúcho. E a sociedade precisa ser informada do andamento desses processos”, justificou Valdeci.
A exploração da RSC-287 foi concedida à iniciativa privada por um período de 30 anos, considerado longo por diversos analistas em concessão pública, num processo em que houve apenas um único interessado, sem concorrência. Demora das obras de duplicação, nos trabalhos de manutenção e de recuperação pós enchente e valores cobrados nas cinco praças de pedágio instaladas ao longo de 204 quilômetros, entre Tabaí e Santa Maria, também são fruto de constantes protestos por parte dos usuários.
Texto: Tiago Machado – MTE 9.415 – Marcelo Antunes – MTE 8.511
Foto: Nathan Oliveira