sexta-feira, 30 maio

Um relatório produzido pela ONG Anistia Internacional Brasil, divulgado nesta quarta-feira (28/05), revela as falhas do governo Eduardo Leite na tarefa de proteger a população do Rio Grande do Sul de eventos climáticos. O documento destaca a responsabilidade estatal, considerando a prevenção, a mitigação e a reconstrução sustentável. Líder do PT na Assembleia, Miguel Rossetto afirma que o relatório comprova as falhas no plano de reconstrução conduzido por Leite.

Conforme Rossetto, o governador faz uma gestão clandestina da reconstrução do RS, sem nenhum diálogo com a sociedade. “Temos denunciado isso desde o ano passado. Lentidão, ineficiência, mal uso dos recursos, sem participação social, sem transparência e controle público do Fundo de Reconstrução. O Plano Rio Grande é um título em busca de um conteúdo. É um amontoado de programas de repetição. É um plano que não apresenta uma nova agenda ambiental e de desenvolvimento sustentável, resiliente e de futuro”, afirma.

O relatório reforça a importância de garantir a transparência e a participação das comunidades afetadas no processo de tomada de decisões, ao contrário do que ocorre no Estado. Para a Anistia Internacional Brasil, o que aconteceu no RS era uma tragédia, em determinada medida, evitável. A entidade lembra que o Brasil já assumiu compromissos de mitigação dos efeitos e preparação estrutural para lidar com eventos climáticos extremos pelo menos desde o Acordo de Paris, que vai completar 10 anos.

Segundo Rossetto, o que agrava essa situação é um governador que se ausenta do Estado em nome da “sua ambição fantasiosa” de ser candidato a presidente da República. “O resultado é que ainda não se iniciaram as obras do sistema de proteção contra cheias, nem o reflorestamento e recuperação de matas ciliares. Não há recomposição e melhoria da Defesa Civil. Ou seja, o governador Leite não está preparando o Rio Grande do Sul para os riscos futuros, já que estudos alertam que o Sul do Brasil poderá sofrer novos eventos climáticos extremos com cinco vezes mais frequência”, alerta.

A Anistia Internacional critica o planejamento e a execução das atividades no âmbito do Plano Rio Grande. Conforme a entidade, o Plano tem representado uma oportunidade perdida e o risco de agravamento da situação de vulnerabilidade a eventos climáticos extremos no Estado. E alerta que mantém estratégias que “já foram infrutíferas no passado e possibilitaram a recorrência das tragédias de 2023 e 2024, com efeitos cada vez mais graves – principalmente na população mais afetada pelas desigualdades”.

Texto: Felipe Samuel (MTE 12.344)
Foto: Kelly Demo Christ

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