Mães de alunos da Escola Instituto Estadual de Educação General Flores da Cunha criticaram nesta terça-feira (27/05), na Assembleia Legislativa, a falta de diálogo da diretoria da instituição com a comunidade escolar. Durante reunião da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, proposta pela deputada Sofia Cavedon, elas cobram do governo do Estado a reavaliação da implantação do turno integral. Entre as queixas estão: falta de monitores para orientar os estudantes, alimentação insuficiente e a ausência de um canal efetivo de comunicação com pais e alunos.
A deputada, que é vice-presidente do Colegiado, criticou ainda a demora nas reformas e exigiu a desocupação dos espaços escolares pela estrutura administrativa da Secretaria da Educação (Seduc). E garantiu que vai encaminhar o tema para a Defensoria Pública do Estado (DPE) e pedir uma reunião com a secretária Raquel Teixeira. “É grave essa situação de o dobro do tempo e a escola não tem condições de ofertar tecnologia, robótica, esportes e ter mais professores, porque não dá pra pedir pra criançada, meninada ficar 9 horas e não ter alternativas muito boas”, destacou.
Conforme Sofia, os problemas relatados pelas mães são de responsabilidade do governo Eduardo Leite, que optou por implementar o turno integral sem oferecer condições adequadas aos alunos. A deputada criticou a utilização de espaços na escola para a formação de professores. “É evidente que, dentro da escola, estão circulando adultos e pessoas estranhas o tempo inteiro. Será que a Seduc não tem uma sala pra fazer formação de professores?”, questionou, destacando que a comunidade escolar sequer foi consultada sobre a transformação do turno integral.
Karen Kohl, que é mãe de dois alunos, afirmou que a propaganda do Estado nas redes sociais sobre o Instituto de Educação é “só marketing” e não representa a realidade dos estudantes. “A minha questão primordial é por que a Seduc está usando salas do IE? Por quê?”, criticou. Ela afirmou que o IE não faz mais reuniões de turma e não conta com um conselho participativo. “Nessa função da Seduc estar lá, é um entra e sai de pessoas estranhas que não têm controle de quem faz parte, quem é professor, quem são pessoas estranhas, quem são os pais? Não existe controle”, afirmou.
Tanise da Silva Keffori, mãe de outro aluno do IE, também relatou que a alimentação é insuficiente para os estudantes de turno integral, que permanecem até 9 horas no local. Ela afirmou que muitas vezes a escola oferece apenas arroz e feijão no almoço. “Proteína elas vêm um dia só da semana. Nós já cobramos isso da escola e pedimos esse apoio da escola pra que nós pudéssemos ir além, porque nós não sabíamos se essa negligência está sendo por parte da direção ou se ela é por parte do Estado. O Estado não está dando suporte necessário ou não está recebendo a verba necessária, mas as crianças começaram a sofrer muito, nós cobramos isso da escola, e não tivemos esse retorno”, ressaltou.
Texto: Felipe Samuel
Foto: Celso Bender ALRS