quarta-feira, 05 março

A deputada Sofia Cavedon criticou a atuação da Brigada Militar ao repreender grupos de foliões durante o Carnaval em Porto Alegre. Na sessão plenária desta quarta-feira (5), a parlamentar lembrou que a festa é um momento de celebrar uma tradição popular brasileira. Na Capital a população não teve motivos para comemorar, pois a festa ficou marcada pelo uso excessivo da força policial na Cidade Baixa e no Bom Fim.

“Infelizmente Porto Alegre assistiu cenas de repressão policial nessa festa popular. É algo que está nas páginas dos jornais, nas manchetes das televisões, quando todas as televisões apresentavam os desfiles do Rio de Janeiro, de São Paulo, as festas populares no Brasil e no Rio Grande do Sul, a manchete de Porto Alegre era a Brigada militar com excessivo uso da força e a proibição do Carnaval da Cidade Baixa”, afirmou.

Sofia destacou que a cidade, antes lembrada como a capital da alegria, da cultura, da participação popular, é capital hoje da repressão aos blocos de Carnaval. “É uma festa popular do DNA do Brasil, construída a partir da resistência popular, da organização popular, da criação do samba nos morros, da manifestação da religiosidade. E por último profundamente vinculada ao povo negro, ao povo de origem africana, a esse povo que foi marginalizado, escravizado e continua sendo discriminado nesse Brasil”, completou.

Para a deputada, houve incapacidade de planejar e organizar o evento. “É muito triste ver as cenas que vimos no Carnaval de Porto Alegre”, acrescentou. E criticou o governador Eduardo Leite, que assistia aos desfiles das escolas de samba em um camarote na Sapucaí, no Rio de Janeiro. “A Cidade Baixa era o lugar onde as famílias negras e negros foram relegados quando da ocupação da cidade de Porto Alegre. E ali foi o lugar que encontraram para viver, berço de Lupicínio Rodrigues”, reforçou.

Deputada destaca baixa escolaridade no Rio Grande do Sul
Durante a sessão plenária, Sofia ressaltou dados do Censo Demográfico divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontam que a taxa bruta de escolarização no RS, ou seja, a escolarização de toda a população, atinge um total de 24,36% de jovens e crianças que frequentam escola ou creche. “A nossa taxa é menor do que a taxa média brasileira”, alertou, destacando que a taxa média do Brasil é de 26,46%.

“Só não somos a pior taxa porque Minas Gerais tem uma taxa menor, com 24,27%. Estamos no lindeiro, na rabeira da oferta, da presença, da frequência a escola considerando a população como um todo”, afirmou. Conforme o Censo, na população de 18 anos ou mais, praticamente metade da população gaúcha não tem o Ensino Médio completo. “A população tem baixa escolaridade e temos baixíssima frequência a escola no RS”, explicou.

Texto: Felipe Samuel (MTE 12.344)
Foto: Kelly Demo Christ

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