A Bancada do PT votou contra o Projeto de Lei 442/2023, de autoria do deputado Marcus Vinicíus (PP), que sob a alegação de declarar a aviação agrícola atividade de interesse social, público e econômico, libera a pulverização de agrotóxicos em todo o território gaúcho.
A prática foi banida da Europa há mais de 15 anos, devido à impossibilidade de controlar a deriva, ou seja, a propagação do agrotóxico nos arredores da área pulverizada. A contaminação causada por essa atividade, tem causado enormes prejuízos aos setores da vitivinicultura, da agricultura familiar orgânica e da apicultura gaúcha, além de colocar em risco a saúde pública com a contaminação de alimentos, pessoas e meio ambiente.
Para o deputado Adão Pretto Filho, que encaminhou o voto contrário da bancada petista na Assembleia Legislativa, o projeto quer dar segurança jurídica à “chuva de veneno” no Rio Grande do Sul. “O que estamos debatendo nesta tarde é a pulverização de veneno. Nós precisamos nos atentar à vida, à saúde do povo gaúcho e brasileiro”, defendeu.
Conforme disse o deputado, alguns países já proibiram a pulverização aérea de agrotóxicos há 15 anos. “Nós vamos ficar no atraso? Existem outras possibilidades. Nós queremos uma produção de alimento saudável e a garantia de soberania alimentar. Queremos também a preservação do meio ambiente”, argumentou.
Outro argumento utilizado por Adão Pretto foi que boa parte da pulverização aérea não cai só em seu alvo, mas vai para as propriedades vizinhas, para nascentes e rios. “Peço aos deputados que pensem no seu futuro, pensem em seus filhos, netos e amigos. Não coloquem a sua digital neste projeto que simboliza a morte”, declarou.
Texto: Adriano Marcello Santos e Claiton Stumpf
Foto: Róger Vieira