Ao longo do debate, Leandro Conterato, diretor da Sacyr, explicou que as obras para a nova ponte ainda dependem da conclusão das sondagens geotécnicas, estudos hidrológicos e hidráulicos. “O projeto deve estar pronto ainda em setembro, com início dos trabalhos em outubro e a conclusão estimada em abril de 2025. É uma obra lenta, complexa, feita por etapas. Não existem atalhos”, sustentou. Com a sugestão apresentada de se utilizar uma segunda ponte provisória do Exército, o executivo afirmou inicialmente se tratar de uma possibilidade e que tratativas para esse fim estavam ocorrendo. Antes do final do encontro, porém, o próprio Conterato anunciou que a estrutura já se encontra disponível e que agora é uma questão de ordem técnica, como construção de um aterro nas cabeceiras para que a obra fique viável. Vencida esta etapa, “em um mês é possível colocar essa segunda ponte provisória em operação”, assegurou.
Outro ponto trazido por Valdeci, que ainda depende do posicionamento do governo do estado (que não enviou representante para a reunião) disse respeito ao pagamento do pedágio pelos moradores que são obrigados a se deslocarem diariamente entre os Distritos e Santa Maria, “uma situação injusta e que precisa ser revista. Por isso a presença aqui da Secretaria de Parcerias e Concessões era importante”, criticou. Isenção do pagamento ou diferenciação tarifária não estão previstos no contrato de concessão da RSC-287 e dependeria da definição do poder público. Segundo Ricardo Citolin, diretor de qualidade da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS (Agergs), ao órgão cabe apenas acompanhar o cumprimento do contrato e fiscalizar a prestação de serviço. “A forma de como fazer é do poder concedente”, explicou.
Ao final do encontro, que também contou com a participação dos deputados Airton Lima e Elton Weber, co-autores da proposta de discussão, Valdeci levantou outra questão, a de que haja mais demora para a conclusão dos trabalhos da nova ponte, uma vez que o processo precisará ser aprovado tanto pela Secretaria de Parcerias como pela própria Agergs. “O que foi dito aqui (sobre a segunda ponte provisória) traz certo alento para as comunidades. O que me preocupa é o fato de que pode haver certa lentidão (com o início das obras da estrutura definitiva). E nesse momento é fundamental que se tenha agilidade. Santa Maria, por tudo o que já passou, precisa de uma atenção especial. Vamos acompanhar e ficar atentos a todas as fases dos trabalhos e estabelecer, como fizemos no início das ações de recuperação do estado, as relações necessárias como a Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do RS, com o ministro Paulo Pimenta e outros órgãos federais que se achar necessário”, pontuou.
Fotos: Celso Bender/ALRS