Comissão que analisará impactos dos benefícios fiscais no RS aprova plano de trabalho na primeira reunião

Comissão que analisará impactos dos benefícios fiscais no RS aprova plano de trabalho na primeira reunião

 

 

“O objetivo da Comissão é discutir a transição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que deixará de existir e será substituído por Imposto sobre Bens e Serviços, que passa a ser tributado no destino e não na origem de onde o produto ou a empresa que presta serviço está sediada. Isso modifica radicalmente a questão tributária”. A afirmação é do deputado Pepe Vargas (PT), presidente da Comissão Especial dos Benefícios Fiscais Concedidos no RS, que realizou a sua primeira reunião na tarde desta terça-feira (9), na Assembleia Legislativa. Neste primeiro encontro da Comissão que terá duração de 120 dias, os titulares elegeram o deputado Jeferson Fernandes (PT), como vice-presidente, e o deputado Professor Bonatto (PSDB) com relator do colegiado.
A Comissão realizará uma reunião por semana no mês de agosto, após o recesso parlamentar, e, em setembro e outubro, mais quatro encontros. O prazo final para a votação do relatório é 16 de novembro. A reuniões serão híbridas e públicas. O objetivo também é avaliar os benefícios fiscais concedidos no RS, focando na transparência, eficácia, impacto econômico, social, e na transição decorrente da reforma tributária, considerando a transição do ICMS para o Imposto sobre Bens e Serviços, e compreender como ficam as cadeias produtivas na medida em que estes serviços são baseados no ICMS. A Comissão também abordará os reflexos do regime de recuperação fiscal.
O presidente Pepe Vargas, que foi o proponente do requerimento que criou a Comissão Especial, explicou que a ideia é contribuir com o debate do desenvolvimento econômico e social do Rio Grande do Sul. Boa parte dos benefícios fiscais foram para setores com o objetivo de dar competitividade para esse setor, ou por estar distante do fornecimento de matérias primas ou por outras razões dentro do ambiente de guerra fiscal. Isso vai modificar e temos que ver como fica a economia gaúcha”, disse o parlamentar.
Pepe acrescentou que há ainda incentivos concedidos pelo governo do Estado individualmente a empresa de um determinado setor, através de contrapartidas que a empresa teria que prestar como gerar empregos fazer incremento na arrecadação de ICMS e neste caso é preciso muita transparência. “Até o presente momento, durante muitos anos, se entendia que o benefício fiscal ficava albergado no sigilo fiscal. Isso mudou com a legislação e não há mais esse sigilo fiscal e é importante que haja transparência”, defendeu.
A Comissão também terá a tarefa de propor o diálogo entre os trabalhadores e empresários para construir uma proposta. “O ICMS é o tributo essencial da concessão de incentivos fiscais, mas chegará o momento que não teremos mais esse tributo. Como se comportará a economia gaúcha a partir disso?”, indagou Pepe.

 

Texto: Claiton Stumpf – MTb 9747

Fotos: Debora Beina