Os altos do Mercado Público de Porto Alegre, recentemente reaberto depois da enchente que atingiu o RS, foi o local escolhido pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, para anunciar, nesta quarta-feira (03/07), uma série de ações de auxílio à comunidade cultural gaúcha e reconstrução dos aparelhos culturais, que somam R$ 60 milhões.
Acompanhada do ministro extraordinário de apoio à reconstrução do RS, Paulo Pimenta, e do ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, a ministra Margareth destacou a orientação do Governo Lula em promover ações que vão mexer e modificar a vida das pessoas para melhor e citou como ação imediata do MinC, logo após as enchentes, a suspensão de prazos de todos os editais do ministério e garantir auxílio financeiro àqueles artistas que já estavam se apresentando nos abrigos.
A ministra ressaltou que tudo que acontece no Governo Lula é bem pensado, planejado, até ser consolidado para poder ser anunciado. No caso do MinC, o centro das medidas anunciadas hoje, são as pessoas, os artistas, produtores e toda a comunidade cultural. “Eu não sabia que era assim, não. A gente quer fazer a coisa, mas tem que consolidar, tem que construir para chegar, e isso nos dá segurança. A gente tem a ideia, mas o banco não é nosso, tem que falar com o Haddad, com o Rui Costa, para a gente poder fazer uma coisa organizada e isso é o diferencial do governo que pensa matematicamente. O presidente Lula tem disso, a gente faz as coisas, mas primeiro consolida tudo para não haver sombreamento, não haver confusão. Nós também estamos dentro dessa ordem, para dar materialidade ao que estamos fazendo.”
Chamado de Retomada Cultural RS, o evento com a ministra, teve quatro medidas anunciadas:
1) Bolsa Retomada Cultura RS, uma ação formativa que será executada pelo Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) com cursos ligados à cultura, com bolsa no valor de R$ 4,5 mil, destinados a agentes culturais, com endereço residencial em algum dos 95 municípios com decreto de calamidade.
2) Diversidade Cultural RS, destinado aos Pontos de Cultura, Pontos de Memória, Bibliotecas Comunitárias, Pontos de Leitura, Escolas Livres e Comunidades Quilombolas, atingidos pela calamidade (na mancha de inundação), no valor de R$ 30 mil.
3) Ações Artísticas Continuadas, com 150 bolsas culturais no valor de R$ 30 mil para grupos, espaços e eventos, nas áreas de artes visuais, circo, dança, música e teatro, com atuação de no mínimo três anos, nos 95 municípios atingidos, desenvolverem atividades de pesquisa para criação de obras e espetáculos artísticos, além de renovação, atualização e aperfeiçoamento de obras já existentes
4) Rouanet RS, um programa especial para o RS que vai articular os 100 maiores investidores da Lei, entre empresas estatais e privadas, para patrocinar, por meio da Lei de Incentivo Cultural, projetos da retomada das atividades culturais no estado, desde restauro de patrimônios, aquisição de acervos, realização de ações emergenciais, que possam ser financiadas pela Lei Federal de Incentivo à Cultura(Lei Rouanet).
Para a deputada Sofia Cavedon, que preside a Comissão de Educação e Cultura e acompanhou o evento representando a Assembleia Legislativa, os anúncios feitos pela ministra são um marco. “Mais R$ 60 milhões para a Cultura, que vão chegar diretamente para quem faz cultura, os artistas, os produtores e produtoras, esse é o compromisso do Governo Lula, com a reconstrução do RS. Estamos muito orgulhosos”, comemorou.
“A cultura não só voltou com o presidente Lula, como ela é estratégica para o desenvolvimento e reconstrução do nosso Estado,” afirmou a deputada Laura Sito.
O deputado Leonel Radde também destacou a importância do anúncio da ministra da Cultura. “Mas de R$ 60 milhões investidos diretamente na Cultura, na reestruturação do Mercado Público. É o Governo Federal fazendo muito pelo Rio Grande, pela união e reconstrução do nosso Estado.”
Após o anúncio e a coletiva no Mercado Público, a ministra Margareth Menezes cumpriu agenda com visitas ao Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), ao Quilombo Areal da Baronesa, à Sociedade Beneficente Cultural Bambas da Orgia e ao Museu da Cultura do Hip Hop.
Texto: Adriano Marcello Santos
Foto: Debora Beina