As enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em maio foram mais um capítulo na sucessão de eventos que atingiram em cheio os pequenos agricultores do estado. Depois de duas estiagens fortes e uma sucessão de períodos de chuva, que culminaram em enchentes, milhares de pequenos produtores perderam lavouras inteiras, além de animais que morreram em decorrência das tragédias climáticas.
Embora o Governo Federal tenha agido rapidamente e oferecido linhas de crédito facilitadas em caráter especial, como o Pronaf – que oferece até três anos de carência e dez anos para pagamento da dívida, muitos agricultores relatam que ainda não é o suficiente. De acordo com o deputado Adão Pretto, é urgente que o Governo Federal faça um perdão das dívidas dos pequenos produtores gaúchos. “A crise climática atinge a agricultura familiar há alguns anos já. Foram duas estiagens seguidas, tornados e três enchentes de grande porte em um curto espaço de tempo. Muitos agricultores estão sem renda e com dívidas de financiamentos para safras que foram perdidas”, explica.
Durante a sessão plenária desta quarta-feira (19), o deputado cobrou do governador Eduardo Leite medidas de amparo à situação da agricultura familiar no Rio Grande do Sul. Pretto lembrou que partiu do PT a iniciativa da criação de um grande fundo para gerenciar os recursos de reconstrução do RS. “Espero que uma parte do fundo para a reconstrução do RS também seja revertida para esse setor tão importante, que faz com que 70% da comida chegue na mesa dos brasileiros”, disse.
O deputado ainda relata que durante viagens pelo interior do RS, tem visitado pequenas propriedades rurais de diferentes regiões e acompanhado de perto a crise que paira entre os produtores. O parlamentar relata que apresentou a demanda para o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira. “Tenho ouvido relatos muito tristes, de famílias que pensam em deixar o campo caso não tenham algum tipo de anistia de dívidas anteriores, tem muito produtor que não está conseguindo honrar os financiamentos e não consegue obter crédito para recomeçar após as enchentes”, afirma Adão Pretto.
Texto: Guilherme Zanini