A sessão plenária da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (23), foi marcada por uma forte defesa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) por parte do deputado estadual Adão Pretto Filho. O parlamentar subiu à tribuna para denunciar os projetos da extrema-direita, em especial o que prevê sanções administrativas e restrições aos ocupantes de propriedades rurais e urbanas no Rio Grande do Sul, que estava incluído na ordem do dia.
Durante sua fala, Pretto ressaltou a fundamental importância dos movimentos sociais, especialmente do MST, na produção de alimentos e no fortalecimento da agricultura familiar. O deputado levou a Constituição Federal para a bancada e citou o artigo 184, que prevê “desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social”.
Adão Pretto Filho ainda destacou que existe uma confusão sobre invasão e ocupação de terra: ”Invasão foi o que a extrema-direita promoveu nos prédios públicos de Brasília no 8 de janeiro”, lembrou.
O parlamentar destacou que atualmente o MST é o maior produtor de arroz orgânico da América Latina e ainda citou o caso da vinícola Pedras da Quinta, de Encruzilhada do Sul, cujos vinhos são de assentamentos do Movimento e hoje estão na carta de vinhos do hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.
Pretto concluiu sua fala dizendo que tem orgulho de sua formação política ser dos movimentos sociais: “nós não aceitaremos que o parlamento ou que deputados tirem de sonho de homens e mulheres em ter um pedaço de chão para produzir e para morar. É um direito constitucional”.
Texto: Guilherme Zanini
Foto: Fernando Gomes