A desestruturação física e de pessoal do Detran/RS foi tema do período de assuntos gerais na Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado, presidida pela deputada Stela Farias, que enfrentou, na quinta-feira (11/04) a falta de quórum da base do governo, para deliberar matérias na Ordem do Dia.
Convidados pela deputada, servidores e servidoras relataram o desmonte enfrentado nos últimos anos e a falta de valorização das carreiras da autarquia. Segundo o conselheiro do Sindicato dos Servidores do Detran/RS (Sindet), Anuar Mello, sem a tão necessária reestruturação física e sem reajustes há 11 anos, as perdas salariais chegam a 70% para todos os níveis de servidores. “Registramos que a situação está insustentável, que os servidores não têm mais como manter o ritmo de trabalho nas atuais condições, pois uma grande insatisfação de instalou na Autarquia” destacou.
O Detran RS figura como Órgão Central do Sistema Estadual de Trânsito, é responsável pela elaboração e execução de todas as políticas públicas de Trânsito no território gaúcho, porém seus servidores estão com carreiras e salários defasados em relação aos demais órgãos vinculados à Secretaria de Segurança Pública. “Hoje são 643 servidores que não conseguem dar conta de prestar todos os serviços oferecidos pelo Detran. Apesar da maioria possuir nível superior de graduação, não têm o reconhecimento profissional dos governos e enfrentam uma situação triste de empobrecimento”, relatou o dirigente.
A deputada Stela Farias ressaltou que a precarização das carreiras do funcionalismo é catastrófica. “Não é apenas no Detran, mas essa precarização começou após o governo Tarso que, ao contrário dos seus sucessores, não vendeu qualquer ativo, não privatizou empresas públicas, não atrasou salários e ainda concedeu reajustes para quase todo o funcionalismo público gaúcho dentro do que era possível fazer” salientou Stela, que adiantou a realização de uma audiência pública sobre o problema enfrentado pelos servidores e servidoras.
Texto: Luciane Franco
Foto: Debora Beina