A crise da Saúde Pública no RS ganhou mais um capítulo com a troca de gestores do Hospital de Alvorada. Depois de um ano de especialidades médicas suspensas e serviços fechados, o Governo Leite decidiu trocar a Fundação Universitária de Cardiologia (FUC) pela Associação Beneficente João Paulo II, do Recife. A medida que prometia normalizar o atendimento, não funcionou. A entrada do novo gestor foi bastante tumultuada e sem a cobertura necessária dos serviços.
Uma das cidades com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Região Metropolitana, com mais de 210 mil habitantes, Alvorada acordou na segunda-feira (01/04) com parte dos serviços do hospital paralisados e sem funcionários para substituir aqueles que foram dispensados pela nova gestão. Outro agravante na desorganização do atendimento está relacionado justamente ao desligamento de 400 trabalhadores, que tiveram seus contratos rescindidos no dia 31 de março de 2024, um dia antes das novas equipes assumirem.
Segundo a deputada Stela Farias, que tem denunciado o corte sistemático de recursos do Governo do Estado para os hospitais de Alvorada e Viamão, o cenário é de desrespeito com a população e uma demonstração da falta de gestão da Secretaria Estadual da Saúde. “Os hospitais e Alvorada e Cachoeirinha pertencem ao Governo do Estado, que terceiriza sua gestão para instituições privadas. Acontece que a situação vem piorando muito nos últimos seis anos. Não é possível que o Estado contrate um gestor e não fiscalize a prestação de serviços. Fizeram a troca de gestores de maneira atrapalhada e improvisada. Agora, a secretária Arita Bergmann, quer lavar as mãos e dizer que a responsabilidade pelos problemas é dos antigos gestores. Isso é inadmissível, o Governo Leite e a Secretaria da Saúde são corresponsáveis e precisam assumir seus compromissos, com o atendimento da população e dar conta de resolver essa situação calamitosa”.
Apesar da troca da gestão estar prevista e ter ocorrido entre o domingo e a segunda-feira, a Secretaria Estadual de Saúde não designou funcionários para acompanhar a transição. Uma equipe da pasta só foi enviada após os relatos da população de quem pessoas não estavam sendo atendidas.
Texto: Adriano Marcello Santos
Foto: Arquivo | Jornal O Alvoradense