Piorou o desempenho da CEEE Equatorial no fornecimento de energia elétrica em 2023 na comparação com o ano anterior. A análise de desempenho das distribuidoras, anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na última sexta-feira, Dia do Consumidor, mostrou que a CEEE Equatorial, concessionária que atende Porto Alegre e outros 71 municípios gaúchos, figura na penúltima colocação dentre as 29 grandes distribuidoras de energia elétrica do país. Segundo a Agência, a divulgação engloba os números de Duração e Frequência de interrupções observados em 2023, o ranking das distribuidoras e as compensações pagas aos consumidores pelas empresas por extrapolarem os limites individuais de duração e frequência de interrupções.
Para a bancada do PT, o péssimo desempenho derruba por terra o argumento do governo de que privatizar a CEEE qualificaria o serviço. “Esta colocação da Equatorial não é nenhuma surpresa para nós. Ela só comprova o que estamos há dois anos denunciando: a precarização dos serviços e a negligência no atendimento à população que mais precisa. Um descaso absurdo”, avalia a presidente da Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado, deputada Stela Farias.
A classificação quanto à qualidade das concessionárias de energia elétrica é medida pelo Desempenho Global de Continuidade (DGC) – indicador que considera duas variáveis: quanto tempo cada unidade ficou sem luz e quantas vezes cada ponto ficou desabastecido. Assim, quanto menor o número do DGC, melhor o atendimento da concessionária. Em 2023, A CEEE Equatorial fechou o ano com DGC de 1,63. A situação é mais grave do que em 2022, quando a mesma distribuidora recebeu nota 1,57. “Privatizaram os serviços por aqui ‘escandalizados’ com esse mau desempenho, com a desculpa de que só a iniciativa privada poderia resolver o problema. Pois bem, agora, sob domínio da Equatorial, a CEEE gaúcha subiu apenas uma mísera posição, e ainda piorou o Desempenho Global de Continuidade”, analisa o deputado Jeferson Fernandes, salientando os apagões prolongados, a falta de manutenção, a demora nos consertos e equipes despreparadas. “Como avisamos, a entrega do patrimônio público a preço de carro popular só beneficiou o comprador. Lamentável!”
A bancada do PT na Assembleia Legislativa protocolou na metade de janeiro um requerimento pedindo a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a qualidade no atendimento aos mais de 3,6 milhões de habitantes das regiões abrangidas pela concessão. Para a instalação da CPI são necessárias 19 assinaturas. Até o momento 18 assinaturas foram coletadas. Embora a CPI não seja contra o governo, mas a favor dos consumidores gaúchos, o governador Eduardo Leite trabalha para não instalar a CPI.
Texto: Claiton Stumpf – MTb 9747