quinta-feira, 21 novembro

 

 

Os deputados da bancada do PT e PCdoB entregaram oficialmente, em reunião, nesta quarta-feira (06), com o presidente do Tribunal de Contas do Estados (TCE/RS), Marco Peixoto, o pedido de realização de uma Inspeção Especial ou Extraordinária nas contas do IPE Saúde. Ao entregar o documento, o deputado Pepe Vargas salientou que uma inspeção especial ou extraordinária por parte do Tribunal de Contas é necessária e urgente. Pepe alertou sobre a grave situação do órgão, em especial, após o diretor-presidente do IPE, Paulo Oppermann, em entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha, afirmar que “Para aumentar a remuneração diante das tabelas defasadas, o IPE costuma pagar sobrepreço nos medicamentos e insumos usados em tratamentos.”

Pepe ressaltou que o presidente do órgão assumiu a necessidade de uma auditoria para verificar supostas fraudes e distorções no sistema. “Se isso for verdade, é muito grave”, afirmou Pepe.  Durante a visita, o deputado Pepe apontou ainda que com as alterações na legislação, promovidas pelo governo Leite, o plano está mais caro, dificultando, principalmente,  o acesso aos serviços de saúde para as pessoas com menor renda e idade avançada. “Cerca de 30 mil usuários abandonaram o plano porque não têm mais condições de pagar”, lamentou.

A deputada Sofia Cavedon, explicou que o IPE rompeu com um modelo solidário de acesso à saúde, ao onerar o usuário idoso, com o aumento além das mensalidades, também das contrapartidas. “Hoje os idosos pagam muito caro e ainda têm que abrir mão dos seus dependentes”, esclareceu. O reajuste no plano, conforme destacou a parlamentar, não foi revertido para os serviços de saúde, tanto que os médicos e os hospitais estão se descredenciando.  “O que a gente percebe é que não houve retorno para os médicos”, constatou.

Na quinta-feira passada (29), as bancadas do PT e PCdoB enviaram formalmente o pedido ao TCE/RS, motivados pela implantação do novo modelo de remuneração para hospitais credenciados pela autarquia.  As alterações na remuneração foram contestadas pela Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do RS e pela Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS, conjuntamente com os hospitais classificados como estratégicos pelo próprio IPE Saúde, que apontaram queda de 10% a 33% no faturamento das instituições.

Estiveram presente ainda o deputado Adão Pretto Filho e representantes dos deputados Jeferson Fernandes (PT), deputado Leonel Radde (PT) e Bruna Rodrigues (PCdoB), enviaram representantes à reunião no TCE.

 

Texto: Silvana Gonçalves

Foto: Letícia Solano

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