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O aumento da tarifa de pedágios do Polo Rodoviário de Pelotas, aprovado na semana passada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), gerou grande indignação na população dos municípios da região Sul do estado. Além das ações judiciais e articulação junto ao Governo Federal para tentar reverter a decisão, representantes de diversos setores e lideranças políticas estão realizando protestos em diversos trechos das BRs 116 e 392. Nesta quarta-feira (03) em Camaquã, no ponto que marca o início da concessão da ECOSUL, centenas de pessoas realizaram um ato contra o aumento de 28% das tarifas.
Representando a bancada do PT, o deputado estadual Zé Nunes destacou que o reajuste torna o pedágio da região o mais caro em rodovias federais no país. “Para um deslocamento entre Camaquã e Rio Grande, o motorista, seja de carro ou caminhão, vai gastar mais com pedágio do que com combustível. Não existe no Brasil uma situação semelhante. É legítima a revolta da população com esta situação”.
Outro alvo de críticas dos moradores da região é contra o pedido da concessionária de nova renovação do contrato. “Estamos diante de um aumento abusivo, uma extorsão contra a população da região. Nós vamos combater esse aumento e combater essa proposta indecente da Ecosul de solicitar a prorrogação do contrato”, acrescentou Zé Nunes.
A bancada do PT já havia manifestado contrariedade com a autorização da ANTT, alegando que o reajuste está muita acima da inflação do período. “Os parlamentares consideram inaceitável o aumento de 28% no valor dos pedágios, o que afeta diretamente os custos da produção, em uma das mais importantes e estratégicas vias de importação/exportação do Brasil com os países do Mercosul. A medida é arbitrária e aponta na direção contrária aos esforços do governo do presidente Lula para recuperar a economia e a capacidade de investimento em todas as regiões do país”, diz um trecho da nota publicada no último dia 26.
O documento considera ainda que a autorização foi dada sem qualquer avaliação dos serviços prestados há 25 anos pela ECOSUL, que, segundo a percepção dos seus usuários, são defasados e caros. A empresa sequer realiza obras nas rodovias, que têm ficado a cargo do Governo Federal. A Bancada do PT na Assembleia vai buscar, ainda em janeiro, uma agenda com o ministro dos Transportes em Brasília, para tratar do tema.
Com o reajuste, os valores pagos por carros de passeio sobem de R$ 15,20 para R$ 19,60 nas cinco praças de pedágios, três na BR-116 e dois na BR-392.
