quinta-feira, 21 novembro

Ao tratar de pedidos de audiências públicas para debater questões relativas às crises financeiras de hospitais gaúchos, durante reunião ordinária da Comissão de Saúde e de Meio Ambiente (CSMA) da Assembleia Legislativa, na quarta-feira (22/11), o deputado Valdeci Oliveira buscou desmentir boatos de que estaria havendo, por parte do governo federal, um desfinanciamento do setor, manifestou preocupação com a gestão privada feita nas unidades públicas e cobrou uma solução por parte do governo do estado. O debate girou em torno, principalmente, dos problemas enfrentados pelo Instituto de Cardiologia (IC), que recentemente entrou com pedido de recuperação judicial e demitiu cerca de 20% do seu quadro funcional. Atualmente o IC é responsável pelas gestões de unidades em Alvorada, Cachoeirinha, Viamão e Santa Maria (Hospital Regional). Ao esclarecer informações inverídicas que circulam nas redes sociais, Valdeci leu trechos de um informe divulgado pelo Ministério da Saúde, na última segunda-feira (20/11), anunciando o repasse de R$ 15,3 milhões para o custeio do IC, além de reafirmar que não houve nenhum contingenciamento ou corte de recursos por parte do governo Federal.

 O parlamentar santa-mariense fez referências a fake news divulgada pelo colega de parlamento, deputado Gustavo Vitorino (Republicanos), em um programa de TV. “O próprio IC, em nota pública, confirma não haver nenhum tipo de atraso de repasses. Isso é importante dizer, pois esse tipo de notícia (de cortes) corre na internet e passa como se fosse verdade”, esclareceu. “É óbvio que o problema é maior, mas esse anúncio do Ministério da Saúde mostra, na verdade, um aumento do teto (do repasse), inclusive com valores retroativos a janeiro. Ou seja, além de não ter havido nenhuma redução, está havendo uma ampliação nos valores, justamente pela importância do Instituto de Cardiologia na história do RS”, completou o deputado Pepe Vargas. Também ficou claro durante a reunião que a diminuição dos valores direcionados à cobertura de custos de insumos como stents e marcapassos ao Instituto ocorreu, na verdade, durante o governo federal passado.
Durante a reunião do colegiado, os parlamentares Stela Farias, Pepe e Valdeci também esclareceram estar havendo tratativas do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), iniciadas em maio passado, a partir da visita ao estado da Ministra Nísia Trindade, que levam em consideração a possibilidade do Grupo, vinculado ao governo Federal, em assumir a administração das unidades de Alvorada e Cachoeirinha, que passam por séria crise financeira. Da mesma forma, como destacou Stela Farias, as dívidas acumuladas de ambas instituições até o momento são de responsabilidade exclusiva do governo Eduardo Leite, pois se trata de hospitais estaduais e não de unidades de caráter filantrópico ou santas casas.

 

Texto: Tiago Machado – MTE 9.415
Foto: Christiano Ercolani/ALRS
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