domingo, 24 novembro

 

 

“O reconhecimento é um fator de justiça e, para tal, a condição fundamental é equidade de participação e redistribuição social”. A afirmação foi proferida pela ex-deputada Marisa Formolo, parafraseando a socióloga Nancy Fraser, durante o lançamento de seu livro “Por Que Somos Poucas? Mulheres eleitas a mandatos públicos”, na Sala de Convergência da Assembleia Legislativa. A atividade foi promovida pelas Comissões de Educação e Cultura e de Cidadania e Direitos Humanos.

Fruto da tese no Doutorado em Educação na UFRGS, o livro produzido pela educadora caxiense analisa a trajetória de mulheres eleitas para cargos públicos. Ao reconstruir a história de cada uma das mulheres com mandatos públicos em Caxias do Sul, de 1960 a 2014, o estudo procura entender por que são tão poucas as mulheres que participaram da disputa eleitoral e, em menor número ainda, as eleitas. Entre os eleitos, 97% foram homens. Entre as 11 mulheres eleitas, segundo Marisa, todas têm uma história e uma estrutura familiar semelhante, com origem no meio rural, todas estudaram e passaram por um período de lutas. “A política é um ato de relações intersubjetivas e somos seres humanos com disponibilidade constantes ou não”, disse Marisa.

O lançamento na Assembleia Legislativa no RS se deu estimulada por uma solicitação formal do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS. Foi ainda sugerido que o Parlamento possa organizar um espaço permanente para o compartilhamento de trabalhos acadêmicos que versem sobre experiências da política e democracia. “O evento foi uma oportunidade para debatermos a luta das mulheres por ampliar a participação no debate público e também na conquista de espaços de poder. A luta pelo reconhecimento é um direito já constituído, isso é que nos diz o filósofo Axel Honneth”, destaca Marisa.

Representando a bancada, o vice-presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, deputado Adão Pretto Filho, destacou a importância do trabalho político da ex-deputada. “Assim como meu pai, Marisa dedicou-se à agroecologia e foi a primeira mulher a ocupar a secretaria geral da Assembleia Legislativa, abrindo caminho para outras mulheres”, disse o deputado. Ao término da solenidade a coordenadora-geral da bancada do PT na Assembleia, Mari Perusso entregou flores para a deputada em nome de toda a bancada.

 

Texto: Claiton Stumpf – MTb 9747

Foto: Debora Beina

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