O deputado Miguel Rossetto (PT) foi o orador do Grande Expediente da sessão plenária da quarta-feira (25/10), quando falou sobre o tema “25 anos da vitória nas eleições ao governo do Estado do RS, pela chapa Olívio Dutra-Miguel Rossetto”, no Plenário Bento Gonçalves do Memorial do Legislativo. Ele discursou sobre o momento histórico contra políticas neoliberais e criticou o atual governo Leite, falando da sua semelhança com o governo Britto. Destacou iniciativas do governo popular, como o programa Primeiro Emprego, a criação da Uergs, do Família Cidadã, da Sulgás, da Municipalização Solidária da saúde e do seguro agrícola, entre outras, como a interiorização da cultura, investimentos em estradas e destaque para a agricultura familiar na Expointer.
Rossetto lembrou que no período havia um desemprego alto e uma taxa de juros de 49,75% ao ano. Observou que o governador Antônio Britto havia realizado um governo devastador, com venda de estatais como a CEEE e a CRT, apoio à Lei Kandir, implantação de pedágios e um desastroso acordo da dívida que triplicou o endividamento gaúcho. “Nunca mais o Rio Grande se recuperou destes golpes”, ponderou. “Se hoje temos claro este desastre, na época tudo era diferente. A Zero Hora estampou na capa: Acabou a dívida gaúcha”, recordou o deputado.
Contextualizando o cenário do período, o deputado recordou também que a Lei Kandir era apresentada como a solução para o campo gaúcho, as privatizações prometiam uma modernidade espetacular feita de estradas boas e serviços acessíveis a todos. Acrescentou que era uma eleição desigual, mas que apesar do poder econômico, apesar da maior frente eleitoral já constituída por uma chapa de situação, apesar do apoio maciço e militante da grande mídia empresarial, apesar de as pesquisas apontarem a vitória fácil de Britto ainda no primeiro turno, foi garantida uma “vitória épica”.
Rossetto lembrou da caminhada, fosse em dias frios ou chuvosos, fosse Inverno ou Primavera. Ele destacou memórias da campanha: “Como esquecer dos milhares de apoiadores que, voluntariamente, aproveitavam cada final de semana para, pacientemente, fazer caravanas no interior nas áreas mais distantes? Até que chegamos aos dias da reta final e as cidades se vestiram de vermelho. Como esquecer disto?”. Segundo o parlamentar, os comícios eram verdadeiras celebrações. “Naquela manhã toda esta lembrança nos dava a certeza de que o Rio Grande estava pronto para a mudança. Foi aquela energia que contagiou e alimentou cada dia da Administração Popular”. Destacou também que, ao contrário do que dizia o líder da oposição, o salário do funcionalismo foi pago sem privatizações.
O deputado citou medidas importantes do governo popular, mostrando que o estado pode ser governado para as maiorias com justiça e eficiência. Observou que o impacto disso fez com que o Rio Grande do Sul fosse escolhido para ser a sede do Fórum Social Mundial, principal fórum do planeta para discutir as alternativas para um novo mundo. “Hoje, passados 25 anos, olhamos para nosso estado com dor e apreensão. Tudo aqui é destruição”, comentou, mencionando que medidas são tomadas em nome do ajuste fiscal contra o povo. Ponderou que as semelhanças entre aquele dia e hoje são assombrosas. “Leite prometeu não vender estatais como Britto, mas vendeu”. Complementou dizendo que o governo Leite sacrifica os servidores públicos e desorganiza a gestão do estado. Ainda observou que resta ao Tribunal de Contas anular a privatização da Corsan.
Ao finalizar, disse que a esperança é uma planta teimosa e resistente. “Relembrar estes fatos de 25 anos atrás faz bem aos nossos sentimentos por nos reencontrarmos com tamanha vitalidade, mas faz ainda melhor à nossa esperança ao lembrar que tudo era quase impossível e ainda assim fizemos. Chegou a hora de fazermos de novo”, celebrou. Em aparte falou o deputado Pepe Vargas (PT).
Texto: Claudia Paulitsch | MTB 9095 | Agência ALRS
Foto: Mariana Czamanski | Agência ALRS