No passado, um dos motivos do RS se destacar como um dos estados mais desenvolvidos do Brasil, foi sua excelente infraestrutura pública. Graças às estatais de geração e distribuição de energia, de abastecimento de água potável e serviços de saneamento, os gaúchos atraíram investimentos privados e, durante décadas, tiveram importante papel nas decisões nacionais. Esse período passou. Desde a metade dos anos 90, quando os governos do MDB e do PSDB assumiram a agenda de redução do Estado, a farra das privatizações contribuiu para a decadência econômica, financeira e cultural do Rio Grande.
O desmonte deliberado de estruturas públicas centrais para o desenvolvimento do Estado ficou evidenciado pelos baixos valores de venda das estatais. A CEEE-Distribuidora foi vendida por R$ 100 mil, a CCEE-Transmissão por R$ 2,67 bilhões; a Sulgás custou R$ 927,8 milhões aos compradores, a CEEE-Geração de Energia, chegou a ser anunciada por um valor inicial de R$ 1,25 bilhão, mas foi torrada por R$ 836,5 milhões, ou seja, 30% a abaixo do seu valor. Por fim, a escandalosa venda da Corsan, adquirida por uma única empresa, com informações privilegiadas, por R$ 1,5 bilhão a menos do valor definido pelo próprio Governo Leite.
Ao mesmo tempo, desde o Golpe de Estado que afastou a presidenta Dilma para poder implementar a mesma agenda de redução do papel do poder público como indutor do desenvolvimento, o Rio Grande do Sul, assistiu, sob a presidência de Michel Temer e Jair Bolsonaro, uma onda de paralisação nas obras de infraestrutura em todo o Estado. Obras estratégicas de duplicação de rodovias, como as da BR-290 e da BR-116, simplesmente pararam de acontecer. As obras da BR-116 foram programadas para serem concluídas em 2015 e, mesmo com somente 12% restantes sob a responsabilidade do Governo Bolsonaro, até hoje a obra aguarda conclusão. Aliás, o ex-presidente veio ao RS inaugurar a segunda ponte sobre o Guaíba, sem que a obra estivesse concluída. Apesar de aliado do Governo Bolsonaro, a quem declarou o voto, não obteve nenhum apoio em suas demandas. Pelo contrário, a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, limitou ainda mais as possibilidades do Estado investir em infraestrutura.
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