terça-feira, 26 novembro

O espaço de Assuntos Gerais da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, recebeu, na reunião da terça-feira (17/10), o diretor-executivo, Ramon Fernando Hans, o diretor de Ensino, Marcelo Boeira e o representante da Associação dos Docentes, Daniel Bastiani, todos da Fundação Liberato de Novo Hamburgo. Os diretores vieram tratar das dificuldades de contratação de pessoal e execução do Plano de Demissão Incentivada, proposto pelo próprio Governo do Estado.

Na reunião, o diretor Ramon Hans, apresentou a Mostratec, uma feira de ciência e tecnologia realizada todos os anos pela Fundação Liberato. O evento, que inicia no dia 24 de outubro, apresenta projetos de pesquisa em diversas áreas do conhecimento humano realizados por jovens cientistas. A Mostratec é única no Brasil e a edição deste ano vai reunir cerca de 800 trabalhos de 15 países. “Os estudantes que estão na Mostratec, ganham credenciais para participar de feiras similares em outras partes do mundo. A expectativa é que até três mil pessoas participem, entre estudantes, professores, cientistas, empresas, universidades. É um grande oportunidade para os estudantes mostrarem seu trabalho para o mundo”.

Infelizmente, apesar da iniciativa, a Fundação Liberato tem tido baixo investimento do Governo do Estado e não consegue ampliar seu corpo docente.” São 2.700 estudantes, não é qualquer escola que tem esse número, mas ao longo dos anos nós temos perdido muitos docentes. Como fizemos concurso para ingresso de professores e não contratação temporária, é preciso ter concurso,” cobrou Hans.

O último concurso para professor na Fundação aconteceu em 2014 e das 31 vagas solicitadas ao Governo do Estado, apenas 18 foram preenchidas. Segundo o diretor Ramon Hans, a instituição atendeu ao pedido do Governo Leite e criou o Programa de Demissão Incentivada, que segundo ele está trancado no Grupo de Assessoramento Especial (GAE) junto com o pedido de concurso. “Nós temos 287 servidores, entre 70 e 80 são administrativos, o restante são professores e nós temos 75 estagiários para dar conta. Eu inclusive não estou cumprindo a lei, que permite só 55. Então, eu não posso contratar, as pessoas que poderiam sair para renovar o contingente, não podem sair e eu não posso contratar mais estagiários, então eu vou ter que diminuir o número de vagas de estudantes!”

O diretor solicitou a Comissão que entre em contato com o Governo do Estado para tratar do PDI e afirmou que a medida geraria uma economia de R$ 1 milhão.

A presidente da Comissão de Educação, deputada Sofia Cavedon afirmou que a Comissão deve levar o assunto à Casa Civil, uma vez que os trâmites envolvem mais de uma secretaria. Sofia fez contato com o secretário-chefe, Arthur Lemos durante a reunião e solicitou agenda para tratar do tema. “É impressionante a importância estratégica da Fundação Liberato, quando se fala em qualificação. Os empresários dizem que têm vagas, mas falta qualificação. Eu conheci pessoalmente o trabalho e a potência dos estudantes da Liberato”.

A parlamentar também lembrou que há um demanda para construção de uma subestação de energia, que ainda não saiu do papel. Segundo informou o diretor Hans, a Fundação conseguiu o recurso via emenda federal, mas como a Secretaria de Obras Públicas, não tem pessoal técnico, os próprios professores voluntariamente, o elaboraram o projeto. “Se nós não fizermos o projeto, nós perdemos o recurso de R$ 3 milhões. Agora o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) precisa liberar o recurso para o Governo do Estado  iniciar a obra”

Sofia se comprometeu a incluir na pauta com a Casa Civil também o projeto da subestação.

 

Texto: Adriano Marcello Santos
Foto: Joaquim Moura

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