Com potencial de investimentos de R$ 50 bilhões para os próximos anos, o setor de energia eólica no Rio Grande do Sul tem trabalhado para garantir melhores condições de financiamentos para viabilizar e dar competitividade aos projetos que estão sendo executados em solo gaúcho. O desafio é estabelecer igualdade de condições com os estados do nordeste brasileiros que recebem incentivos especiais e acabam tendo vantagem nos leilões de compra e venda de energia promovidos pelo Governo Federal.
O tema foi pauta de uma reunião do deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT) e de empresários do setor com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e serviços, Geraldo Alckmin, ocorrida na sexta-feira (04) em Porto Alegre. Mainardi falou dos desafios do RS na transição energética e que o estado precisa recuperar seu protagonismo na produção de energia eólica, em especial na metade sul. “Os ventos gaúchos são fantásticos. Na metade sul temos as melhores condições para produção de energia eólica. O vice-presidente Alckmin tem atuado de maneira muito efetiva em ações voltadas para a transição energética e compreende a necessidade de ampliar os investimentos em energia limpa. Agora, vamos encaminhar as soluções para destravar os investimentos.
Alckmin anunciou a criação de um grupo de trabalho com a participação do BNDES para tratar do tema imediatamente. Nas próximas semanas, Mainardi e os empresários que participaram da reunião serão chamados para uma nova reunião em Brasília. O vice-presidente quer utilizar o Fundo Clima do BNDES para viabilizar os projetos. O fundo é destinado ao apoio a investimentos em geração e distribuição local de energia renovável, no desenvolvimento tecnológico e na cadeia produtiva do setor de energias renováveis.
Atualmente, existem 28 projetos de empreendimentos eólicos no RS, oito já com licença de instalação ambiental e 20 projetos com licença prévia. O potencial de produção estimada é de 8GW. Outros 35 projetos já estão em desenvolvimento. “O presidente Lula voltou da China informando sobre a disponibilidade de bilhões em recursos que precisam de projetos. Nós temos projetos, e vamos entregar. Não adianta fazer leilão com condições que não nos permitem concorrer. Na Metade Sul, os indicadores socioeconômicos são parecidos com os do Nordeste. Se não houver uma política de indução, o desenvolvimento não acontece espontaneamente”, acrescentou Mainardi.
O presidente do SindiEnergia, Guilherme Sari, que participou da reunião, saiu otimista. “O estado tem vocação para assumir protagonismo, com índices relevantes de constância de ventos e mão de obra qualificada. É essencial a retomada dos projetos para reposicionar o Estado, de forma a contribuir para o seu desenvolvimento econômico e social”.
Além de Alckmin, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, participou da reunião com os empresários.
Texto: Assessoria de Comunicação da Bancada do PT
Foto: Joaquim Moura