O governo do estado, a partir da secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, deverá apoiar a organização de um seminário sobre o intercâmbio comercial, econômico e cultural entre o RS e a China. O sinal verde foi dado pelo vice-governador, Gabriel Souza (MDB), ao coordenador da Frente Parlamentar Brasil/China no RS, deputado estadual Jeferson Fernandes (PT); ao presidente da Agência de Comércio de Desenvolvimento Brasil/China, Paulo Marcelo Tigre, ao vice-presidente, Jorge Burmann, e ao diretor do Instituto Confúcio/UFRGS, Antônio Padula, no final da tarde desta quarta-feira (14/06), durante audiência na sede do órgão, no Centro Administrativo Fernando Ferrari.
Segundo o parlamentar, a ideia é unir empreendedores gaúchos que já tem negócios com a China e potenciais novos exportadores, além de instituições de ensino do estado para que conheçam melhor o mercado chinês, fortaleçam a parceria com o país asiático e projetem novas formas de ampliar o intercâmbio comercial e cultural com a China. “A China possui muita capacidade de investimento, mas um mercado e um entendimento muito peculiares de como e do que deve ser produzido. É preciso aproximar as culturas dos dois países para que se reforce o compromisso e amplie os negócios de modo satisfatório para ambos”, explicou Jeferson. Ele contou que o grupo pretende trazer para o seminário o embaixador da China no Brasil; e, por meio virtual, a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff. Além disso que, pelo Parlamento, ele articula a ida de uma missão do Legislativo para a China ainda em 2023.
Para Paulo Tigre, o objetivo é trazer mais valor agregado ao diálogo entre os dois países. Ele entende que o RS já “merece um braço maior aqui, um Consulado Chinês; e um escritório avançado gaúcho na China”. O empresário crê que para que sejam ampliados os investimentos chineses é necessário que o Rio Grande do Sul seja melhor explicado àquele país asiático. “Muitas empresas daqui precisam aproximar mais a sua linguagem; entender os mecanismos, a legislação chinesa. É preciso melhorar o valor agregado na nossa comunicação, trazendo órgãos financeiros, instituições de ensino e todos os que querem ampliar essa cooperação”, disse o empresário, para quem a participação da Frente Parlamentar oferece “conforto político” ao evento, uma vez que os investidores chineses tendem a consolidar negócios com empreendedores que estejam amparados pelo institucional político.
Neste sentido, o diretor do Instituto Confúcio reforçou que os chineses são formais em suas relações e que uma construção “dessa natureza” vai ser muito valorizada pelos investidores. Ele ressaltou ainda a questão da reciprocidade. “Para abrir um escritório consular aqui no RS, teria de ser trabalhado algo da mesma magnitude na China”, opinou Padula, que concluiu: “O Instituto Confúcio é um facilitador das comunicações, é um abridor de portas neste sentido”.
O vice-governador contou que o governo ficou otimista com a ida de Lula à China e a assinatura de protocolos em benefícios de ambos países. “Queremos muito trazer o embaixador da China aqui para o RS. Vamos ajudar a trazê-lo. Isso é muito importante”, concluiu Gabriel Souza, lembrando que o estado tem interesse em ampliar a exportação de proteína animal para o país asiático.
Texto: Andréa Farias – MTE 10967
Foto: Vanessa Vargas