A manutenção do Banrisul como empresa de economia mista, com o estado do RS no papel de controlador e maior acionista, ganhou mais um capítulo nesta terça-feira (30), com a reinstalação da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público da Assembleia Legislativa, que será presidida pelo seu proponente, o deputado Zé Nunes (PT). Representando a presidência da Casa Legislativa, o deputado Valdeci Oliveira (PT), segundo-vice-presidente na atual gestão, fez um forte discurso pela conservação do banco como um ativo importante para a população gaúcha, ressaltando não existir marca mais forte no RS do que a da própria instituição financeira. “Para desenvolver, o Estado precisa da sustentação de um banco público como o Banrisul. O trabalho desta Frente tem colhido muitos frutos, afinal, com todas as ameaças, o banco continua forte, sendo de todos e todas”, avaliou. “É muito importante para que o banco continue, verdadeiramente, dos gaúchos. Sabemos das intenções do governador Eduardo Leite. Assim como ele assumiu compromisso público de não privatizar a Corsan, e o fez, não tem como garantir que ele não está preparando também a privatização do Banrisul. E a frente está atenta a isso”, defendeu Zé Nunes. Segundo o parlamentar, diversas lideranças políticas têm se manifestado a favor da privatização do banco, que na sua avaliação é um grande equívoco. “Precisamos do banco público para poder executar políticas públicas de inclusão financeira a setores gaúchos que não têm oportunidade. O Banrisul tem um grande papel a cumprir, neste sentido”, sustentou.
Ações de mobilização
Para o presidente do SindiBancários, Luciano Fetzner, o Banrisul faz parte do dia a dia de todos os gaúchos, distribuindo recursos e políticas sociais. “Esperamos que com a troca de gestão, os ventos do banco soprem para as mesmas mudanças que estão ocorrendo na política nacional, temos que trabalhar muito para que o banco sirva aos interesses da maioria”, disse. por sua vez, a diretora da Federação Estadual dos Trabalhadores de Instituições Financeiras (FETRAFI), Raquel Gil de Oliveira destacou a luta histórica do banco que, segundo ela, salva prefeituras e famílias e que, portanto, deve ser uma luta de toda sociedade. “Precisamos nos afastar desta sombra de privatização e desmonte. O governo estadual precisa sinalizar com iniciativas que fortaleçam o banco. Não basta não privatizar, é necessário investir”, completou.
A Frente Parlamentar também irá, para além da sua atuação em defesa da permanência do banco como ente público, trabalhar para que a instituição volte a atuar fortemente no estímulo à economia do Estado, contra o enxugamento da empresa, a falta de investimento, ao fechamento de agências (principalmente no interior), na busca por melhorias do atendimento e relacionamento do banco com a sociedade gaúcha e no fomento via microcrédito para capilarizar recursos aos pequenos produtores e empreendedores. “Esta é a Casa dos grandes debates, das frentes de lutas e de mobilizações sociais e populares para evitar o desastre que os privatistas querem nos impor. E para evitarmos isso temos de combater sempre, de manhã, de tarde e de noite”, finalizou Valdeci antes de declarar a Frente Parlamentar reinstalada.