sexta-feira, 22 novembro

Criada em março de 2017 e reinstalada nesta terça-feira (30), a Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público da Assembleia Legislativa, tem um grande papel a cumprir, segundo seu presidente, deputado estadual Zé Nunes (PT). “É muito importante para que o banco continue, verdadeiramente, dos gaúchos. Sabemos das intenções do governador Eduardo Leite. Assim como ele assumiu compromisso público de não privatizar a Corsan, e o fez, não tem como garantir que ele não está preparando também a privatização do Banrisul. E a frente está atenta a isso”, defendeu.

Segundo o parlamentar, diversas lideranças políticas têm se manifestado a favor da privatização do banco, o que, na sua avaliação é um grande equívoco. “Precisamos do banco público para poder executar políticas públicas de inclusão financeira a setores gaúchos que não têm oportunidade. O Banrisul tem um grande papel a cumprir, neste sentido”, avalia.

A Frente tem a expectativa de que Fernando Lemos assuma a presidência do Banrisul. “Lemos conhece o Rio Grande do Sul, tem vínculo com o banco e sabe o papel que ele tem na economia do estado e para o povo gaúcho”, comentou Zé Nunes. Ele afirmou que assim que for aprovado o nome, a Frente irá convidar o dirigente para uma audiência pública, junto com setores representativos dos servidores e da sociedade, para debater o papel do Banrisul como ferramenta pública para produzir políticas, projetos de desenvolvimento e ações de governo.

O objetivo é promover ações de mobilização em defesa do Banrisul público e o debate amplo e profundo sobre a importância da instituição para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. “Ao longo deste período atuamos fortemente em defesa do banco, realizamos reuniões, audiências, manifestações e atos públicos, ações de rua, sempre dialogando com a população sobre a importância do banco para a economia gaúcha. Nossa principal proposta é defender o Banrisul público, com o atendimento à população e fomento à gaúcha”, explicou Zé Nunes.

O Banrisul, que este ano chega aos seus 95 anos, é uma sociedade anônima de capital aberto que tem o Governo do Estado do RS como acionista majoritário. Ao longo dos anos se consolidou como banco múltiplo, operando nas carteiras comercial, crédito, financiamento e investimento, crédito imobiliário, administração de cartões de crédito e consórcios, entre outras atividades.

“Trata-se, portanto, de uma instituição sólida e lucrativa, com identidade histórica e cultural com a população gaúcha e profundamente ligada ao desenvolvimento do Estado, com grande alcance geográfico e capilaridade na maioria dos municípios do RS. Por meio do Banrisul o governo estadual pode operar políticas públicas importantes que beneficiam milhares de pessoas, no meio urbano e rural”, completou o deputado.

Representando a presidência do Parlamento gaúcho, o deputado Valdeci Oliveira acredita que não exista uma marca mais forte no RS do que o Banrisul. “Para desenvolver, o Estado precisa da sustentação de um banco público como o Banrisul. O trabalho desta Frente tem colhido muitos frutos, afinal, com todas as ameaças, o banco segue público, e forte”.

Para o presidente do Sindibancários, Luciano Fetzner, o Banrisul faz parte do dia a dia de todos os gaúchos, distribuindo recursos e políticas sociais. “Esperamos que com a troca de gestão, os ventos do banco soprem para as mesmas mudanças que estão ocorrendo na política nacional, temos que trabalhar muito para que o banco sirva aos interesses da maioria”, disse.

A diretora da Federação Estadual dos Trabalhadores de Instituições Financeiras (FETRAFI), Raquel Gil de Oliveira destacou a luta histórica do banco que, segundo ela, salva prefeituras e famílias e que, portanto, deve ser uma luta de toda sociedade. “Precisamos nos afastar desta sobra de privatização e desmonte. O governo estadual precisa sinalizar com iniciativas que fortaleçam o banco. Não basta não privatizar, é necessário investir”, completou.

Além da defesa do Banrisul público, com o atendimento à população, a Frente vai trabalhar pela continuidade do banco em fomentar a economia do Estado, contra o enxugamento da empresa e a falta de investimento na própria, contra o fechamento de agências principalmente no interior, vai buscar melhorias do atendimento e relacionamento do banco com a sociedade gaúcha, fomentar o microcrédito para capilarizar recursos aos pequenos produtores e empreendedores.

 

 

Texto: Marcela Santos

Foto: Debora Beina

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