“Pasmem, o simulador que mostra qual será a contribuição caso seja aprovado o projeto de lei do governo, não compara o que o servidor contribui hoje, mas o que é cobrado pelos planos de saúde privados. É isso que o governador quer para os nossos servidores?” A indagação foi feita pela deputada Sofia Cavedon (PT) na sessão plenária da Assembleia Legislativa desta terça-feira (23), dia em que o governo colocou no ar o chamado “Simulador de Contribuição do Plano Principal” para que os usuários do IPE Saúde calculem como ficaria a contribuição caso seja aprovada a proposta do governo para a reestruturação do Instituto.
Para Sofia, a solução do IPE Saúde é a recomposição da inflação nos salários dos servidores e servidoras. “Todo e qualquer outro apelo que se faça, se não tratar desse tema e não houver o reconhecimento do governador que ele asfixia o IPE saúde quando não recompõe a inflação, partimos de um pressuposto equivocado e não haverá sustentabilidade e solução em tempo”, disse. A deputada advertiu ainda que quase ao final de maio, o governo ainda não encaminhou o reajuste do funcionalismo relativo à inflação de 2022. “Para o governador, essa inflação não existiu, mas o seu orçamento é reajustado, o IPVA é reajustado, os impostos e transferências são todos recompostos na inflação. Enquanto isso, o servidor perde poder de compra dos salários, deixa de comprar alimentos e de pagar os insumos de suas famílias”.
A contribuição dos servidores com o IPE é de 3,1% do salário básico. Conforme a parlamentar, se o salário está congelado também fica congelada a contribuição com o IPE, que tem que dar cota de aumento de médico, de hospital, farmácias, remédios e não tem como fazê-lo. “Aí o governo vem aqui pede aumento de alíquota de contribuição e no ano que vem não reajusta e a crise começa de novo”, ponderou.
A novidade apresentada pelo governo, chamada de trava global de 12%, segundo a deputada não minimiza os prejuízos. “Imaginem que a contribuição hoje é 3,1% e as pessoas poderão chegar a 12%. Quem tiver um dependente, chegará a 12% do seu salário básico, que está congelado. Cuidado com o impacto na vida, no salário e nas condições de sobrevivência dos servidores públicos estaduais”, alertou, acrescentando que a proposta é tão cruel que ele propõe reajuste em média de 117,5% da contribuição sobre o titular e dependentes enquanto ele quebra a paridade.