domingo, 24 novembro

Os gargalos da Saúde, tanto no que se refere ao atendimento adulto quanto ao infantil, bem como a valorização do médico foram apresentados pelo coordenador do Núcleo de Pediatria do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Daniel Wolff, à deputada estadual Sofia Cavedon (PT), na quinta-feira, 27. A agenda foi realizada na Assembleia Legislativa do RS e faz parte das ações do Simers de aproximação com os parlamentares gaúchos.

A deputada Sofia se colocou à disposição do Sindicato Médico, na defesa dos médicos e da Saúde. Ela também afirmou que vai encaminhar o convite para o Simers participar do lançamento da Frente Parlamentar de sua iniciativa que vai tratar sobre o HPS, principal referência do estado em casos de trauma, com cerca de 130 mil atendimentos de emergência por ano. A Deputada ressalta que no encontro uma das conclusões é que terá crise nas UTIs e leitos pediátricos em seguida, devido ao inverno.

Daniel falou sobre a Campanha S.O.S. Pediatria 2023, iniciativa do Simers lançada nesta semana para apontar as necessidades do atendimento especializado para as crianças, que já enfrentam a superlotação nas emergências, antes mesmo do aumento da demanda causado pelo frio. “Os pequenos pacientes se encontram em situação de vulnerabilidade no estado, pois existem 209 cidades que não têm o número adequado de pediatra. Destes, 79 contam com menos de um pediatra para cada mil habitantes, de zero a 14 anos”, destacou o diretor.

Capital e Região Metropolitana

No que se refere aos pacientes adultos, Daniel citou o atraso no pagamento dos médicos vinculados ao Instituto de Cardiologia – Fundação Universitária de Cardiologia (IC-FUC), mantenedor dos hospitais de Viamão, Alvorada e Cachoeirinha, o que tem levado à restrição do atendimento. “Os pacientes estão sendo encaminhados para Campo Bom, Guaíba e Hospital Vila Nova, em Porto Alegre. Situação que afeta uma população de quase um milhão de habitantes”, ressaltou Wolff.

Já em Porto Alegre, um dos pontos trazidos pelo Simers foi a falta de neurocirurgião para compor a escala no Hospital de Pronto Socorro (HPS), problema que se agrava nos finais de semana. “Em visita técnica realizada pelo Simers, constatamos que a escala chegou a ficar vazia, sendo que o Conselho Federal de Medicina prevê, no mínimo, dois especialistas para uma cirurgia, o que coloca à população em risco”, acrescentou.

Além da região Metropolitana, o diretor do Simers também abordou a crise vivenciada pelas cidades do interior, onde os Hospitais de Pequeno Porte (HPP) estão sem recursos para garantir uma assistência de qualidade. “Tínhamos hospitais com equipe completa para casos de pequena complexidade, inclusive, com Bloco Cirúrgico e Centro Obstétrico. Hoje, a realidade mostra apenas o clínico atendendo, sobrecarregando os centros de referência”, alertou.

PoA, 27/Abril/2023
Foto e Matéria Portal do Simers
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