Foto: Joaquim Moura
“O governo está preparando mais uma grande jogada para acabar com o nosso IPE Saúde. Esse desmantelamento das políticas públicas e esse descuido na reposição que tem que fazer aos servidores, conjugados com a crise financeira do IPE nos leva a pensar se não está por trás disto, o desejo de Eduardo Leite entregar o IPE Saúde para a iniciativa privada e isso nós não vamos admitir”, frisou a deputada Stela Farias em uma declaração de liderança, em nome da bancada do PT, na sessão plenária desta terça-feira (25), na Assembleia Legislativa.
Para a deputada, a crise do IPE Saúde tem nome e tem endereço e começa no governo de José Ivo Sartori quando foram feitas alterações com promessas de modernização, qualificação e ampliação do sistema. Naquela época dobrou-se o valor da contribuição mínima dos optantes, passando de R$ 223,81 para R$ 485,26. Ou seja, um aumento de 116,8% na contribuição. Ao mesmo tempo em que Sartori aumentou a alíquota de contribuição, os salários destes servidores foram atrasados e parcelados durante toda a sua gestão. “Como comunga a mesma ideologia, não foi difícil para o atual governador manter em andamento a drástica redução dos serviços públicos iniciada nos anos 90 e perseguidos por (Germano) Rigotto, Yeda (Crusius) e (José Ivo) Sartori”, disparou Stela.
Na apresentação que o governador Eduardo Leite fez para os deputados há duas semanas, ele apontou quatro razões para o déficit de R$ 440 milhões na Instituição: primeiro alega a migração dos servidores com salários mais altos e a consequente contribuição financeira abaixo da média do mercado dos planos de saúde, a idade avançada dos usuários, a não cobrança de dependentes e a baixa média salarial de servidores. “O que ele não disse foi que os altos salários representam apenas 4% do total de servidores e que a baixa média salarial dos servidores é resultado de oito anos sem reposição salarial sequer da inflação”, contrapôs a deputada.
Para Stela, o governador também omitiu que até 2014 as contas do IPE estavam em dia. “Nós todos sabemos que a origem do desequilíbrio é o brutal arrocho salarial jamais visto e jamais vivido, e que os governos Sartori e Leite praticaram contra os servidores. Como eles sequer repassaram a inflação, o IPE saúde teve na prática um congelamento de receitas e um aumento de despesas porque os insumos seguem crescendo”, argumentou. Em mais de oito anos, as perdas para a maioria dos servidores foi alta. No período, a maioria das categorias teve somente 6% de reposição em 2022 e entre janeiro de 2015 e dezembro de 2022, a inflação chegou a 61%.
Texto: Claiton Stumpf – MTb 9747