Foto: Joaquim de Moura
O ataque ocorrido semana passada em Blumenau, no interior de Santa Catarina, gerou um clima de tensão e o aumento da circulação de informações falsas sobre possíveis atentados em outras cidades, inclusive no Rio Grande do Sul.
A situação foi tema da reunião da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (11). Entidades estudantis e movimentos sociais participaram da sessão e entregaram à presidenta da Comissão, deputada Sofia Cavedon (PT), uma carta apresentando suas reinvindicações. O documento intitulado “Por uma escola democrática e acolhedora” traz sugestões e cobra iniciativas do governo do estado para combater todas as formas de violência, opressão, discriminação e intolerância.
“Reforçamos que o papel do estado é acompanhar as ameaças, atuando ativamente no combate e desmobilização de grupos e comunidades virtuais que promovem o ódio e a violência, bem como na identificação e punição dos autores das mensagens que circulam nas redes sociais”, diz um trecho da carta. Outra cobrança é para que se cumpra a lei que assegura a presença de psicólogos e assistentes sociais dentro das instituições escolares.
A deputada Sofia Cavedon destaca que não há receita pronta para enfrentar esse problema, mas que o ponto de partida é o fortalecimento de um ambiente democrático e o auxílio de profissionais capacitados para a prevenção e a gestão adequada de ameaças e conflitos. “É preciso garantir a capacitação de profissionais na área dos Direitos Humanos e retomar a gestão democrática nas escolas com o protagonismo da juventude. Precisamos recriar um ambiente saudável, acolhedor, e fazer partir das escolas a construção de uma sociedade mais justa, solidária e igualitária”.
A deputada defendeu que as empresas de mídias digitais também sejam responsabilizadas pela disseminação de discursos de ódio e de intolerância.
O deputado Leonel Radde (PT), que também integra a Comissão de Educação, falou sobre a necessidade de medidas concretas para enfrentar a violência no âmbito escolar. “Ao mesmo tempo que a gente não pode entrar em pânico porque o terrorismo quer justamente não fazer nada e deixar todo mundo sob pressão, a gente também não pode menosprezar essa realidade. Precisamos atuar na desradicalização da sociedade, que passa essencialmente pelas escolas”.
Radde esteve em Brasília na segunda-feira (10) e participou de reuniões no Ministério da Justiça sobre o tema. Já a deputada Sofia, no mesmo dia, esteve com o Procurador-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Marcelo Dornelles. A deputada, inclusive, articulou uma reunião das entidades estudantis com o Ministério Público, que deve ocorrer nos próximos dias.
Participaram da reunião na Comissão de Educação representantes da UNE, UBES, UGES UEE e do Coletivo Juntos.