Foto: Debora Beina
Em cerimônia emocionante na Sala Júlio de Castilhos da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (5/4), a Delegada Titular da DPCI (Delegacia de Crimes de Intolerância), Andréa de Melo da Rocha Mattos Reschke, recebeu a Medalha Mérito Farroupilha, a maior honraria entregue pelo parlamento gaúcho.
A homenagem proposta pelo deputado Leonel Radde (PT), colega de profissão, se justifica pelo trabalho destacado da policial civil à frente da delegacia especial desde a sua criação em 2020 que se dedica exclusivamente à investigação de delitos ligados a atos de discriminação e ódio.
Em seu pronunciamento Leonel Radde enalteceu o trabalho e a dedicação da delegada homenageada. “Graças à competência da Andréa e da sua equipe a DPCI é hoje uma das delegacias de mais relevantes em termos de repercussão no Brasil inteiro, porque representa um trabalho focado nos Direitos Humanos, na relação da segurança pública com a comunidade, com todos aqueles que são excluídos, como a população Lgbtqia+, negros e negras, mulheres, e no combate aos grupos neonazistas”, destacou.
Andréa Mattos é natural de Campo Grande (MS). Graduada em Direito, ingressou na Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul como delegada de polícia na turma de 2010. Em 2019, assumiu a Divisão de Assessoramento Especial/Departamento de Proteção a Grupos Vulneráveis e, em 2020 como Delegada Titular da primeira Delegacia de Combate à Intolerância do Estado, responsável pela investigação de crimes de preconceito e discriminação, seja em função de cor, raça, etnia, religião, orientação sexual, identidade de gênero e deficiência. Comandou, ainda, investigações de diversos casos de repercussão nacional, como, por exemplo, a atuação de grupos neonazistas no Brasil, e no caso de racismo contra o cantor Seu Jorge ocorrido em Porto Alegre.
Atualmente, a delegada enfrenta a batalha contra um câncer e mesmo assim mantém a atuação no comando da equipe da DPCI, fato também destacado pelo deputado Radde. “Obrigado por ser essa guerreira, pelo trabalho constante mesmo na luta pela saúde, com alegria. Agradeço pelo exemplo, Andréa, em tantas lutas e vitórias”.
Radde encerrou o pronunciamento lembrando a frase da ativista paquistanesa Malala Yousafzai: “Eu levando a minha voz não para que eu possa gritar, mas para que aqueles sem voz possam ser ouvidos. Não é possível prosperar quando metade das pessoas ficam paradas.”
Texto: Luciana Fagundes