domingo, 24 novembro


Pelo segundo ano consecutivo, Porto Alegre vai receber o South Summit, evento da área de inovação focado em elaborar projetos e fomentar negócios. A iniciativa pode ser o ponto de partida para que o Rio Grande do Sul recupere o protagonismo que já conquistou no setor de Ciência, Tecnologia e Inovação. Entre 2011 e 2014, por exemplo, durante o Governo Tarso Genro, o investimento no setor foi sete vezes maior que no período anterior (Governo Yeda Crusius). Apenas de recursos próprios da Secretaria de Ciência e Tecnologia foram aplicados R$ 88 milhões em verbas diretas. Outros R$ 239 foram investidos no setor através de financiamentos e linhas de crédito especiais para a inovação, além de recursos oriundos do orçamento da União.
Além dos investimentos nos parques tecnológicos de Porto Alegre e Região Metropolitana, o Governo Tarso atuou também na descentralização das ações. O ValeTec em Campo Bom, o TecnoUCS em Bom Princípio, o Parque Científico e Tecnológico do Planalto Médio em Passo Fundo e o PampaTec em Alegrete foram algumas das instituições beneficiadas. No TecnoUnisc, em Santa Cruz do Sul, foram mais de R$ 2 milhões na implantação do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Empresas Tecnologicamente Inovadoras.
“O Governo Tarso fez investimentos para a consolidação de Parques Tecnológicos, deu suporte para a instalação de novas empresas de tecnologia, além de incubadoras tecnológicas e voltados para indústria criativa. Na época, o Ministério de Ciência e Tecnologia apontava a política gaúcha como referência para o país”, relembra o deputado Valdeci Oliveira, que foi líder do Governo Tarso na Assembleia Legislativa.
Um dos maiores investimentos da época foi no TecnoSinos – Parque Tecnológico da Unisinos – que recebeu mais de R$ 5 milhões para diversas melhorias, entre elas, a ampliação da infraestrutura para aumentar a produção de semicondutores. Lá funciona a HT Micron, empresa fundada em 2009, fruto da cooperação tecnológica entre Brasil e Coréia do Sul. A HT Micron é dedicada a prover soluções avançadas em semicondutores e agora, em 2023, está obtendo um novo financiamento do BNDES de R$ 99 milhões, que permitirá à empresa desenvolver nova linha de chips de memórias utilizados em smartphones e tablets de nova geração.
Conforme o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o projeto da HT Micron é a demonstração de que o Brasil, com o retorno de Lula à presidência, já está atuando na retoma do desenvolvimento. “O fortalecimento da indústria nacional de alta tecnologia é uma das nossas prioridades. Ao apoiar a atualização e a expansão da capacidade produtiva da HT Micron, contribuímos para elevar a competitividade do Brasil nas cadeias globais de semicondutores, com impacto positivo na balança comercial e na geração de empregos de alta qualificação”, explica Mercadante.
Uma das questões chaves para o Rio Grande do Sul recuperar o seu protagonismo em Ciência e Tecnologia é a retomada do CEITEC – Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada. A empresa teve o seu processo de liquidação iniciado no Governo Bolsonaro, com a total omissão do Governo Leite. Porém, o Ministério de Ciência e Tecnologia já deu o primeiro passo para suspender o processo de liquidação e, em breve, deve autorizar a retomada da produção de microchips do CEITEC.

O deputado Miguel Rossetto ressalta a mobilização que impediu a extinção da empresa. “Nós resistimos sete anos [em alusão ao processo ter iniciado ainda no governo de Michel Temer] à tentativa de destruição da única empresa do Brasil com capacidade de produção de semicondutores. Hoje vivemos a certeza de novo tempo para o CEITEC. O Rio Grande do Sul tem uma enorme capacidade de ocupar um papel importante na construção dessa nova indústria de semicondutores e microeletrônica do país”.
“Nós somos uma grande economia absurdamente dependente de importação de circuitos integrados, de semicondutores e equipamentos para microeletrônica. Uma economia do tamanho da nossa tem que superar essa dependência. O CEITEC faz parte desse programa nacional de produção de semicondutores e de toda essa grande cadeia de valor na área de microeletrônica”, Acrescenta Rossetto.
Além da omissão do Governo Leite no processo de liquidação do CEITEC, outra marca negativa do Rio Grande no Sul na área de Ciência e Tecnologia foi o fim da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec) e da secretaria de Ciência e Tecnologia, determinada no Governo Sartori. Desde então, o governo gaúcho reduziu drasticamente aplicação de políticas públicas no setor.

 

Texto: Comunicação da Bancada do PT na Assembleia Legislativa

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