Leonel repudia atos de racismo e violência política de gênero

Foto Debora Beina

Violência política de gênero e racismo foram os temas abordados pelo deputado Leonel Radde (PT) na sessão plenária da Assembleia Legislativa na tarde desta terça-feira (21). Em uma comunicação parlamentar, da tribuna do Parlamento Gaúcho, o deputado abordou o caso do afastamento de um diretor de escola na cidade de Jacutinga (RS), após ter feito uma fala racista em uma rádio local, e comentou sobre as ameaças de estupro e de morte que a sua filha sofreu nos últimos dias.

A primeira manifestação de Radde foi uma resposta ao comentário do deputado Paparico Bacchi (PL), que considerou exagerado o afastamento no início de janeiro de Flávio Luiz Gabardo, diretor da Escola Érico Veríssimo, após utilizar argumentos racistas em um programa de rádio, ao levar para os ouvintes a ideia do jornalista J.R. Guzzo de que as regiões Norte e Nordeste, com a maior quantidade de votos em Lula, estariam do “lado do atraso”. Um dos trechos lidos na emissora o diretor diz que Lula venceu com votos de eleitores das regiões Norte e Nordeste, que seriam o “Brasil da senzala”.

Para Leonel, não é possível tolerar o racismo, independente de divergências ideológicas e partidárias. Flertar com o preconceito e ataques a regiões e etnias, disse, não são mais toleráveis. “Acredito que essa pauta trazida pelo deputado Paparico é indevida. O diretor afastado dividiu o Brasil entre uma ala ‘civilizada’ e outra ala que seria a senzala do Brasil que é o Nordeste. Quer dizer, uma fala racista de um diretor de uma escola me parece justificar o seu afastamento. Lembra muito o caso do vereador caxiense e de um deputado federal (que falaram mal dos baianos) e que devem ser responsabilizados pelas falas”.

O parlamentar também aproveitou para comentar as ameaças de estupro e de morte sofridas pela filha no final de semana. “Fico imaginando aqui. Estou como deputado estadual e tenho certeza de que isso atinge a todos os deputados e deputadas quando ataca a nossa família. Somos uma instituição é importante que tenhamos essa percepção e intolerância com esse tipo de ação”, sustentou, acrescentando que as autoridades já foram comunicadas e já estão investigando o fato. “A violência política de gênero é uma realidade e as mulheres mesmo quando não estão no mandato são vitimadas. No caso para tentarem me atingir, atacaram minha filha”. Leonel lembrou os casos em que tentaram atingir as filhas de Manuela D’Ávila (PCdoB) e Maria do Rosário (PT). “Os casos são reiterados e constantes e nós temos que ter políticas de proteção neste sentido e de combate a qualquer tipo de misoginia, de machismo porque todos nós reproduzimos o machismo, vivemos em uma sociedade machista, mas nos cabe fazer um debate profundo e não tolerar qualquer violência neste sentido”.

Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)