História do IE ganha Exposição dos seus 154 anos

Foto Marta Resing

A Exposição 154 anos de escola 100% pública, uma história de resistência e compromisso com a Educação Pública de qualidade, promovida pela Frente Parlamentar em defesa do IE presidida pela deputada estadual Sofia Cavedon (PT), com o apoio da Comissão de Restauro do IE e do Movimento em Defesa do IE, é mais uma ação buscando sensibilizar a sociedade gaúcha e o governo do Estado para que a escola retorne a atuar em sua sede própria e que permaneça 100% como escola pública.

A Mostra, que teve a abertura nesta segunda-feira, 27, conta a história do Instituto de Educação General Flores da Cunha (IE),  através das colunas Ensino & História publicadas na Editoria de Ensino do jornal Correio do Povo, ao longo dos anos de 2019 e 2020, escritas pela historiadora e ex-aluna Regina Portella Schneider e coordenadas pela jornalista Maria José Vasconcelos, em dez banners e ficará até o dia 25 no Espaço Deputado Carlos Santos, térreo da Assembleia Legislativa do RS.

A deputada Sofia agradeceu a presença representativa da comunidade escolar no evento, bem como da professora Regina Portella Schneider e da jornalista Maria José Vasconcelos, e ressaltou o objetivo da Mostra que é dar visibilidade a importância da história desse educandário, hoje instalado em quatro espaços diferentes, há quase sete anos, enquanto aguardam o fim das obras de restauro do seu prédio. “Nossa luta inclui agora o reconhecimento da imaterialidade do IE, que já levamos para o Ministério Público, e que o retorno da comunidade escolar seja para um Instituto 100% escola pública. Falta de visão pedagógica e visão de respeito à educação do governador Eduardo Leite que entende que pode colocar lá dentro um museu com gestão privada. Queremos que cada uma das salas de aula seja de alta tecnologia, de ponta, mas que seja integralmente escola”.

Regina Portella Schneider afirmou que o IE deveria ser maior que ele é. “Antes do restauro já faltava espaço para os laboratórios, para o Grêmio Estudantil, para a sala da Associação dos ex-Alunos, para as classes experimentais. Onde estão as salas especializadas todas? Não cabe um Museu do Amanhã, não são só dez salas de aula que precisamos, nos falta espaço.

Maria José Vasconcelos destacou a defesa do Instituto de Educação em especial dos seus ex-alunos, que se unem na luta pela sua estrutura nova e com tudo que tem de bom da Educação dentro do colégio.

Alessandra Lemes da Rosa, diretora do IE, agradeceu a parceria da deputada Sofia Cavedon lembrando que há sete anos estão fora do seu prédio, enfrentando muitas dificuldades de uma gestão partilhada, pois estão em quatro espaços diferentes. “Interfere nos processo de gestão e pedagógico. Queremos que o cronograma seja cumprido e queremos voltar e estar no nosso espaço de referência.”

Prestigiaram a abertura da Exposição Aline Lemos da Cunha Della Líbera, Vice-diretora da FAced/Ufrgs; deputado estadual Matheus Gomes; deputada federal Reginete Bispo; ex-alunas; alunos do Normal.

Restauro 
Mais conhecido como IE, sua edificação, construída em 1930 (o Instituto é classificado como o mais antigo estabelecimento de ensino secundário e de formação de professores da capital gaúcha), teve seu restauro licitado e contratado pela primeira vez no governo Tarso Genro. A administração seguinte fez nova licitação, mas paralisou os trabalhos. Já a gestão de Eduardo Leite, em 2019, deixou de pagar pelo serviço por dois anos, retomando as obras somente com o intuito de colocar dentro do prédio o denominado “Museu do Amanhã”, uma entidade privada. “O governador quer destinar R$ 40 milhões para pensar uma parceria para um museu no IE que deveria ser um espaço para a Educação” destaca a deputada Sofia lembrando que a situação gravíssima desse convênio já está no Ministério Público de Contas. “Espero que o TCE que está analisando o assunto impeça o governo de promover esse crime”. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE) justificou o tombamento do IE por seus valores histórico-arquitetônico e de referencial urbano, em 2001.

Texto: Marta Resing (MTE 5405)