Presidenta da comissão, Laura Sito visitou alojamento em Bento Gonçalves
No sábado, 25 de fevereiro, a presidenta da Comissão Permanente de Cidadania e Direitos Humanos da ALRS, Laura Sito (PT), esteve em Bento Gonçalves, no alojamento de onde surgiram as denúncias de pessoas em situação análoga à escravidão. Apesar das informações veiculadas sobre a interdição do lugar, o alojamento segue aberto com trabalhadores, alguns saíram em uma van e outros permaneceram no lugar. Ainda, foi avistado mulheres grávidas no local.
Durante a permanência no cativeiro, a deputada ouviu relatos de diferentes tipos de tortura. Alguns trabalhadores relataram situações de alimentação forçada, incluindo comida estragada e se, caso descumprissem as regras de consumo ou ficassem doentes, eram submetidos a choques e pagavam multa de R$ 1.200 por dia não trabalhado. Já os moradores do entorno, afirmaram que houve denúncias à Polícia Civil, Polícia Militar e Prefeitura, mas não houve retorno de nenhum dos órgãos acionados. Ainda, mencionaram a existência de crianças no alojamento.
Após a chegada da comitiva da CCDH, a advogada da empresa, Roberta Adams, chegou ao local e mencionou que deslocaria os trabalhadores para outro lugar, mas não quis informar qual seria o destino das pessoas. Ainda, em diálogo com a deputada Laura Sito, tentou culpabilizar os trabalhadores por sua situação e desresponsabilizar os contratantes.
De acordo com o alvará, que segue ativo, da Prefeitura de Bento Gonçalves, o alojamento está em funcionamento desde 2018, mesmo com multas por não cumprir legislações sanitárias. Como presidenta da Comissão Permanente de Cidadania e Direitos Humanos, a deputada Laura Sito inseriu as denúncias na pauta da primeira reunião do colegiado, dia 1° de março. Ainda, irá solicitar uma comissão de fiscalização à Organização Internacional do Trabalho (OIT) e seguirá acompanhando a investigação junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
Texto: Emanuele Mantovani (MTb 12704)