Piso Regional: Presidente da ALRS defende diálogo e recomposição das perdas

Fotos: Joaquim Moura

O projeto de reajuste do Piso Regional, protocolado na última semana pelo executivo gaúcho, em regime de urgência, foi a principal pauta debatida em audiência realizada na presidência da Assembleia Legislativa na manhã desta terça-feira (22) e que contou com as presenças de representantes de diversas centrais sindicais – CUT, CTB, Intersindical e Força Sindical. Com aval do chefe do Parlamento gaúcho, deputado Valdeci Oliveira (PT), o encontro buscou ouvir as entidades dos trabalhadores e colher elementos com vistas à articulação de uma reunião entre as Centrais e a Casa Civil do governo estadual. “A matéria deve trancar a pauta a partir da segunda quinzena de dezembro e até lá devemos fazer todas as discussões possíveis sobre o tema. O que é unânime entre os trabalhadores e trabalhadoras é que o índice proposto, de 7,7%, é insuficiente para recompor o poder de compra e muito longe do que vem sendo reivindicado. Estamos aqui para mediar o debate e fazer o possível para se buscar uma melhora desse percentual. Temos até a última sessão do ano para fazer essa construção”, destacou Valdeci.

Na opinião do parlamentar, a próxima legislatura, que iniciará em fevereiro do ano que vem, deve buscar a criação de uma mesa de negociação “permanente, ser uma pauta constante, um assunto que esteja no dia a dia e não somente na época do reajuste, que muitas vezes acaba ficando distante da realidade concreta dos trabalhadores, entre o que é proposto e o que realmente é preciso para recompor a inflação que corrói os salários. Desde o início do ano, a partir do diálogo estabelecido entre a presidência da Assembleia e a Frente Parlamentar do Piso Regional, coordenada pelo deputado Fernando Mainardi (PT), já realizamos diversas reuniões entre as Centrais e as federações patronais. Mas ainda é preciso fazer mais, pois esse é um tema que dialoga profunda e diretamente com a vida de quem recebe com base no piso regional, que gasta todo ele no nosso comércio, nos serviços, no consumo, que faz a roda da economia girar. Estamos falando de um contingente de mais 1,5 milhão de homens e mulheres”, frisou Valdeci.

Durante o encontro, que contou também com a participação de Mainardi, foram discutidos, além do próprio índice, a necessidade de retroatividade e perdas passadas. A proposta do governo estabelece reajuste zero em 2022, a exemplo de 2020, e 7,7% a partir de 1º de fevereiro de 2023. Por sua vez, as Centrais apresentaram em 15 fevereiro deste ano a reivindicação de 15,58%, justamente para buscar repor o que foi perdido com as inflações registradas em 2021 e 2019. Com o que está sendo proposto pelo executivo gaúcho, lembraram os presentes, fora ser desrespeitoso e confuso, o RS será o único estado do Sul do país que não concedeu reajuste no atual ano, além de permanecer pagando o piso mais baixo.

Texto: Marcelo Antunes (MTE 8.511)