Mínimo regional: trabalhadores querem negociar, deputados vão articular emenda na CCJ

Foto: João Ferrer

Um encontro esta manhã, intermediado pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdeci Oliveira (PT) permitiu que a Frente Parlamentar do Piso Salarial Regional, representada pelo deputado Luiz Fernando Mainardi (PT), seu coordenador, pudesse ouvir os representantes de Centrais Sindicais e Federações de Trabalhadores sobre a proposta protocolada pelo Executivo em relação ao salário mínimo regional.

O governo apresentou, sexta-feira passada (19), um projeto de Lei prevendo uma correção de 7,7 % com um indicador confuso de vigência do reajuste. O índice proposto pelo governo está muito abaixo das perdas inflacionárias calculadas pelas Centrais sindicais, que chegam a 15,58%, considerando as perdas de 2019 e 2021. Os sindicalistas reivindicam, também, que seja respeitada a retroatividade a fevereiro de 2022, o que não está previsto no PL.

Tanto Amarildo Cenci, presidente da CUT, quanto Guiomar Vidor, presidente da CTB, manifestam contrariedade com a forma como o governo está tratando o reajuste do piso regional. “É um tratamento quase desrespeitoso”, diz Cenci. “É um projeto confuso, sem clareza sobre a validade”, completa Vidor.

O deputado Mainardi, coordenador da Frente Parlamentar do Piso Regional entende que é necessário negociar e vê possibilidades reais de mudar a proposta do governo. “O índice que o governo propõe não tem referência em nada. Para nós, é preciso repor a inflação passada, que está em 15,58% desconsiderando 2022”, diz.

Conforme o presidente Valdeci Oliveira, o projeto, que está com pedido de urgência, deve ser votado até o fim deste ano legislativo. “Talvez possamos votar nos dias 21 ou 22 de dezembro. Até lá tem bastante tempo para que as negociações aconteçam”, reconhece.

Texto: João Ferrer (MTE 8078)