O deputado estadual Jeferson Fernandes (PT) usou o período de Comunicação de Lideranças da sessão plenária desta terça-feira (22/11) para defender o procedimento da Mesa Legislativa que encaminhou pedido de esclarecimentos sobre os procedimentos adotados pela Polícia Civil para fazer constar da lista de apoiadores das manifestações antidemocráticas contrárias ao resultado das eleições presidenciais o deputado Tenente Coronel Zucco (PL). “É adequado a Casa pedir as devidas informações, o que não significa que esta ou os signatários venham a concordar com a articulação de qualquer movimento que atente contra a democracia”, destacou o parlamentar.
Jeferson contrapôs, no entanto, a fala anterior do deputado Giuseppe Riesgo (Novo), que considerou a posição do Legislativo um ato contrário à liberdade de expressão dos manifestantes. “Isso é inadmissível: considerar liberdade de expressão atos golpistas contra as regras democráticas”, reiterou.
O parlamentar lembrou que era “sabido que Bolsonaro imitaria o seu ‘mito’ Trump” em relação ao que ocorreu quando da derrota do ex-presidente dos EUA. “O presidente brasileiro adotou modo próprio de fazer o seu choramingo: silenciou e, depois, considerou legítimas as manifestações antidemocráticas. Desde quando eleições cuja lisura foi reconhecida por vários países podem ser contestadas sem nenhum argumento ou fato concreto?”, questionou. Ele rememorou declarações de Bolsonaro que mencionavam a preocupação de que o Brasil se transformaria em uma Venezuela. “Diziam que o Hugo Chavez era um ditador e havia dado um golpe. Mas quando acusam é para encobrir as próprias ações. São os Bolsonaristas que tem gosto pelo militarismo. Estes que patrocinam os atos antidemocráticos estão pisoteando a Constituição”, frisou.
Jeferson lembrou ainda o áudio vazado à imprensa no qual o Conselheiro do Tribunal de Contas da União, João Augusto Nardes, avaliza o golpe e as manifestações contra o resultado das eleições. “Aquilo não é expressão de opinião, talvez nem descuido. Eles querem saudar um movimento que é contra a democracia, contra a maioria do povo que escolheu democraticamente eleger Lula”, criticou o petista, que concluiu: “Nós já passamos por uma ditadura e sabemos o que fazer. As nossas instituições estão maduras e manterão o controle para encerrar qualquer empreitada golpista”, finalizou.
Texto: Andréa Farias (MTE 10967)