O deputado Edegar Pretto (PT) participou nesta quarta-feira (15), no Salão Júlio de Castilhos da Assembleia Legislativa, do ato de lançamento do movimento Rio Grande contra a Fome. A iniciativa tem a coordenação do Legislativo e a parceria dos demais poderes gaúchos, visando estimular a destinação de alimentos para a Central de Doações do RS, coordenada pela Defesa Civil. A iniciativa objetiva, também, fortalecer e ampliar o enfrentamento à fome e à pobreza extrema no estado a partir da estruturação de ações conjuntas com diferentes instituições e empresas interessadas em colaborar.
Na oportunidade, os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública e o Tribunal de Contas do Estado assinaram um termo de cooperação para a divulgação e implementação do movimento. Uma ação coletiva que visa sensibilizar a sociedade gaúcha para o combate à fome e à miséria.
A coordenadora-executiva do movimento Rio Grande contra a Fome, Paola Carvalho, disse que a cada cinco lares gaúchos, um está em situação de fome. Ela falou da importância de articular e integrar as diversas ações de combate à fome que existem no estado, como as cozinhas comunitárias e bancos de alimentos públicos e privados. Também destacou a importância de envolver as Câmaras de Vereadores para levar as ações do movimento para todo o estado. As entidades, empresas e órgãos que aderirem à ação também receberão o selo “RS contra a Fome”, apontou a coordenadora.
O deputado Edegar Pretto ressaltou que hoje, no Brasil, mais de 33 milhões de pessoas estão em situação de vulnerabilidade extrema. Ou seja, passam fome. O número é quase o dobro de 2020, quando 19,1 milhões de pessoas estavam em situação grave de insegurança alimentar. Isso significa que mais de 14 milhões de brasileiros passaram a conviver com a fome no dia a dia. O parlamentar lembra que no Rio Grande do Sul a situação não é diferente. “Há ausência de políticas públicas, e o problema se agrava pelas dificuldades sociais e econômicas. Em 2021, houve crescimento da pobreza no estado. Somente na Região Metropolitana de Porto Alegre foram mais de 1,2 milhão de pessoas nesta situação, quase 300 mil pessoas a mais durante aquele período agudo da pandemia”, observou.
Conforme dados de pesquisa sobre insegurança alimentar e Covid-19 no Brasil, da Rede Penssan, mais da metade da população (58,7%) está em situação de insegurança alimentar – quando uma pessoa não tem acesso regular e permanente a alimentos. São 125 milhões de brasileiros que vivem preocupados com a possibilidade de não ter como se alimentar no futuro ou que apresentam algum grau de insegurança alimentar.
A pesquisa também aponta que a fome e a miséria têm gênero e cor. Entre as casas comandadas por pessoas negras, 65% convivem com restrições de alimentos, assim como 63% dos lares chefiados por mulheres se encontram na mesma situação. Para Edegar Pretto, é dever do Estado garantir que “nenhuma mãe durma preocupada se terá comida para os seus filhos no dia seguinte, porque a fome, em pouco mais de um ano, dobrou no nosso país e as principais vítimas são as crianças e as mulheres”.
O presidente da Assembleia gaúcha, deputado Valdeci Oliveira (PT), afirmou que o movimento Rio Grande contra a Fome tem “por objetivo principal sensibilizar e dar visibilidade ao tema da insegurança alimentar. Não queremos inventar a roda. Mas fortalecer a roda da solidariedade”.
O presidente apontou, ainda, que o Legislativo gaúcho seguirá lutando por políticas públicas e projetos que reforcem o combate à fome e que, cada vez mais, o tema precisa ser inserido nos orçamentos públicos. Por fim, agradeceu a primeira doação ao Movimento Rio Grande contra a Fome por parte de uma empresa localizada na Fronteira Oeste do estado. Foram cinco toneladas de arroz doadas. Os alimentos serão destinados à Defesa Civil estadual.
Texto: Rafael Ely (MTE 8970)